31 de Outubro de 2019 às 06:00
O “Simpósio Silver Economy – A Revolução da Economia Prateada” abordou o potencial de consumo dos longevos e como as empresas estão se posicionando para atender a essa demanda. Para se ter uma ideia, estima-se que os 50+ representem, mundialmente, um mercado de US$ 15 trilhões ao ano, sendo a terceira maior atividade econômica do planeta.
Confira abaixo as principais citações de alguns palestrantes da Arena Longevidade:
O economista e filósofo Eduardo Giannetti da Fonseca afirmou que “precisamos entender a transição demográfica pela qual estamos passando no mundo e especialmente no Brasil, que resulta de três vetores poderosos de mudança: explosão populacional, queda da taxa de fecundidade e aumento da expectativa de vida”.
Carlos Kawall, economista-chefe do Banco Safra, falou dos impactos da longevidade no cenário econômico. “À medida que encaramos uma expectativa de vida maior, entendemos que isso traz um aspecto dramático: o fato de que precisaremos poupar mais para termos a condição de nos sustentar no futuro. Mas, o lado curioso dessa questão é que a própria longevidade e a transição demográfica estão fazendo com que a taxa de juros da economia mundial seja muito mais baixa. Portanto, o primeiro desafio é poupar mais porque viveremos mais, e o segundo é encontrar o melhor caminho para fazer isso, uma vez que a forma que conhecemos, por excelência, de poupança é a busca de ativos de renda fixa, mas ela cada vez remunerará menos”.
Os jornalistas Mara Luquet e Luiz Artur Nogueira falaram sobre finanças e foram muito diretos com a plateia: “as tristezas não pagam dívidas”, disparou Mara. “Vejam bem, a responsabilidade pelo planejamento da aposentadoria é de cada um de nós. Estamos vivendo uma revolução na configuração das famílias: existem famílias com menos ou sem filhos e os 50+ estão se divorciando porque querem viver outras vidas. Recomendo adotar novos hábitos de economizar. Viver muito é bom, mas custa caro”. Luiz Nogueira também reforçou a importância da economia. “Não temos a cultura da poupança, o que deveria ser ensinado nas escolas. Temos que aprender a poupar desde crianças. Temos que pensar no longo prazo. Quanto mais longo o prazo, maior a possibilidade de diversificação dos investimentos, evitando sempre os mais especulativos, como os cambiais e as criptomoedas”.
Em outro momento do simpósio, o economista Ricardo Amorim comentou a importância da Longevidade Expo + Fórum. “Este evento cobre um gap importantíssimo para o qual não damos a devida importância. O mundo está passando por transformações: a tecnológica, que recebe bastante atenção, e o processo do aumento da expectativa de vida. Resolvemos, há 60 anos, que idoso é quem tem 60 anos ou mais. Naquela época, isso fazia sentido, hoje não faz mais. Está na hora de mudar a aposentadoria, a participação na sociedade, o mercado de trabalho. Este mercado consumidor, que é gigante, cresce mais do que os outros e é formado por pessoas que têm o poder aquisitivo maior do que em qualquer outra faixa etária”.
O cônsul geral do Japão em São Paulo, Yasushi Noguchi, contou ao público a experiência japonesa de como enfrentar e superar os desafios de uma sociedade mais velha e da diminuição da população. “No Japão, 27% da população têm mais de 65 anos e esta realidade ainda é nova em três aspectos: uma população mais velha, pouca taxa de natalidade e falta de mão de obra.
A experiência de Veranópolis (RS), considerada pela OMS como Cidade Amiga do Idoso, foi detalhada no simpósio pelo prefeito da cidade, Waldemar de Carli. “Veranópolis é considerada a mais longeva do País. Desde 1994 trabalhamos com longevos. Iniciamos basicamente com pesquisas em saúde, mas nos últimos cinco anos nos voltamos mais para a parte da economia dos 60+”, contou. “Cada vez mais temos um público sênior maior, mais exigente e com boas condições financeiras, o que vai trazer avanços enormes para a economia, turismo, nas áreas social, biológica, cultural e muitas outras. Esta é a revolução prateada; precisamos olhar para este mercado para poder atendê-lo com eficiência”, finalizou.