Que o encontro de gerações no ambiente de trabalho é fator gerador de riqueza, de diversidade de ideias e, portanto, de criação de melhores soluções de problemas que levarão a maiores ganhos, já sabemos. Que temos cinco gerações convivendo atualmente como força de trabalho e que essa diversidade etária é potente para a criação de ambientes de inovação, criatividade e produtividade, também.
Mas por que então, na prática, ainda estamos distantes de ver esses resultados acontecerem?
Por que a diversidade, em alguns casos, se torna fonte geradora de conflitos?
É preciso reconhecer o vanguardismo de algumas empresas que já caminharam em iniciativas e práticas na criação de laboratórios intergeracionais, mas para darmos o próximo passo precisamos aprofundar e refletir sobre quais os fatores as levaram a ter maior ou menor êxito.
Nesse sentido, costumo abrir minhas palestras sobre o tema com três afirmativas que aprendi:
1. A formação de equipes com diferentes faixas etárias não significa partilha de conhecimento.
2. A promoção de workshops não muda a forma com que as pessoas se relacionam no dia a dia.
3. A criação de vagas juniores e seniores não garante um ambiente inclusivo.
Na verdade, o trabalho de transformação da cultura idadista corporativa e de construção de ambientes multigeracionais começa com iniciativas como essas, mas tem um grande caminho pela frente.
Se você já começou, excelente! Agora é partir para um trabalho com mais profundidade que busque entender o grau de ageísmo da sua empresa, mapeando como os valores estão refletidos na cultura organizacional. É possível metrificar, sabia? E indicadores são primordiais para direcionarem o plano de ações e aonde queremos chegar, trazendo clareza de resultados para a companhia.
Teremos oportunidade de conversar sobre este tema no fórum, sob uma nova perspectiva, que desloca a visão da idade e foca no conhecimento de cada colaborador do grupo. Programas intergeracionais que têm os saberes como eixo central, alcançam resultados surpreendentes porque evidenciam a diversidade como valor, criando um ambiente que promove confiança mútua, respeito e colaboração, conectando uns e outros em uma relação genuína que vê a troca como possibilidade de aprendizado.
Porém, já adianto aqui que esse processo passa por revisitar a cultura organizacional, questão-chave nos cases de sucesso que tenho visto, afinal, para transformar a cultura precisa ser mais vivida do que pensada. Por exemplo, criar um ambiente que estimule partilha de conhecimento e colaboração em uma empresa que valoriza claramente hierarquia e competição, não vai funcionar, porque é preciso consistência entre discurso e ação para que as pessoas se sintam estimuladas a se moverem.
Se você já fez parte da implantação de alguma iniciativa intergeracional que foi sucesso ou não, impactada por alguma questão de cultura organizacional, me conta aqui nos canais da Longevidade Expo+Fórum ou pelo LinkedIn: linkedin.com/in/daniela-campos-zuccolotto.
Tenho certeza de que podemos aprender muito mais juntos, através do compartilhamento de experiências.
*Daniela Zuccolotto é especialista em gestão de comunicação, estrategia de marketing e desenvolvimento. Foi executiva da Rede Globo durante maus de 20 anos e atendeu as 115 afiliadas. Dirigiu o desenvolvimento da Rede e também a Universidade Corporativa da Rede Globo, entre outras importantes iniciativas. É Colunista de Gestão do Conhecimento da Revista Gestão RH.