Qual é o tamanho da economia prateada? Ninguém sabe ao certo porque nunca foi mapeada corretamente. Essa é a conclusão do CEO do Instituto Observatório da Longevidade, Fábio Nogueira, que participou da Longevidade Expo+Fórum.
Ele explicou que é possível fazer a conta sobre a renda aproximada do público 50+ ao multiplicar o número de pessoas nessa faixa etária x renda média mensal, mas não existem dados sobre o perfil deste consumidor.
“Os maduros precisam ser vistos como um segmento de mercado”, afirmou Nogueira.
No painel sobre a atuação de empresas no mercado prateado, o CEO do Instituto Observatório da Longevidade apontou algumas dicas para atingir o sucesso. Um dos apontamentos foi a necessidade de definir e conhecer quem é o seu cliente, uma vez que existem duas ou três gerações diferentes dentro do universo dos maduros.
“Há inúmeros clusters dentro do universo de 57 milhões de brasileiros 50+. Por exemplo, os afrodescendentes 50+ são 33 milhões de pessoas que somam uma renda de R$ 911 bilhões e os LGBT 50+ são cerca de 5 ou 6 milhões, com renda de R$ 159 milhões. Alguém conhece esse consumidor?”, ressaltou.
Nogueira também abordou a criação ou adaptação de produtos que atendem as demandas do público longevo em áreas como moda, turismo, gastronomia, cuidados pessoais, serviços bancários, entre outros. Nogueira destacou alguns padrões de consumo do público mais maduro que são aperfeiçoados pelo tempo, como: a maior exigência por qualidade, o valor da experimentação e a baixa influência causada pela propaganda.
Outra dica é a necessidade das empresas em desenvolver os seus canais comerciais para fidelizar o seu cliente. Segundo ele, uma grande queixa do público 50+ é a baixa qualidade do atendimento no varejo e prestadores de serviço, de acordo com pesquisas. Entre as principais reclamações estão a exposição inadequada de produtos, falta de paciência de vendedores, etiquetas ilegíveis, dificuldades de acesso a prateleiras, pisos escorregadios e corredores estreitos.
“O melhor meio de multiplicar as suas vendas é a atenção no atendimento. Se bem atendido, o cliente maduro é fiel às marcas e pontos comerciais. O melhor propagandista de uma marca, produto, serviço ou ponto comercial é o próprio cliente. Os consumidores maduros costumam se referir a outros consumidores quando se sentem adequadamente atendidos”, apontou Nogueira.
Por último, o executivo falou sobre a contratação de colaboradores sênior com o objetivo de balancear as equipes de marketing e inovação. “Lembre-se que o consumidor maduro e o profissional maduro é a mesma pessoa. Eles entendem melhor as necessidades do público alvo e ajudarão a aperfeiçoar a oferta da empresa ao consumidor. Se quer entender quem está comprando é só colocar trabalhando na sua empresa”, finalizou.
O Instituto Observatório da Longevidade é um think tank criado para aumentar o respeito aos cidadãos 50+, com destaque para os socialmente excluídos, ao integrar esse público ao mercado de consumo e, assim, melhorar o seu bem-estar.