Evento amplia formato, muda de patamar e será realizado de 23 a 29 de setembro de 2026 no Parque do Ibirapuera, em São Paulo
Valeria Bursztein
O Fórum São Paulo da Longevidade inicia, em 2026, um novo ciclo institucional, marcado por transição de gestão e ampliação de escopo. Após sete anos de consolidação, o evento passa a ser realizado pelo Instituto Lab60+, comandado por Sérgio Serapião, e manterá Antonio de Carvalho Junior como diretor do evento e a presidência de Walter Feldman.
A edição de 2026 será realizada de 23 a 29 de setembro, no Pavilhão de Culturas Brasileiras, no Parque do Ibirapuera, em São Paulo. Francisco Santos permanece como presidente de honra e conselheiro estratégico, com apoio contínuo de Waleska Santos na transição institucional e no relacionamento com parceiros. Jorge Souza, diretor financeiro e sócio da São Paulo Feiras Comerciais, organizadora do evento, permanece na estrutura.
A seguir, os três protagonistas desse novo ciclo falam sobre a passagem de bastão, o novo formato e o futuro do Fórum São Paulo da Longevidade.
O Fórum completa sete anos e passa por uma transição importante. O que esse momento simboliza para o evento?
Sergio Serapião: Esse é um momento muito simbólico. Sete anos representam um ciclo que se fecha para que outro possa começar. É um setênio. O Fórum chegou a um grau de maturidade importante, com legitimidade, impacto e reconhecimento. Agora, a sociedade e o mercado também estão prontos para dar um salto. Está na hora de oferecer uma nova informação sobre o que é essa nova longevidade, como a própria Ashoka nomeia, e criar um espaço mais amplo, diverso e democrático.
Por que essa mudança acontece agora?
Sergio Serapião: Porque o momento é agora. Isso só foi possível pela sensibilidade do Francisco e da Waleska em perceber que o Fórum tinha chegado a esse ponto. Quem já fundou iniciativas sabe o quanto é difícil passar um projeto adiante. É um gesto de generosidade e visão. A gente assume esse compromisso com muito cuidado, sabendo que não é algo que se faz sozinho. Por isso essa construção é coletiva e por isso o Fórum passa a ser ancorado no Instituto LAB60+, que é um instituto, não uma empresa.
Qual é o papel do Instituto LAB60+ e da Labora nesse novo desenho?
Sergio Serapião: É importante diferenciar. O Instituto LAB60+ existe desde 2014 e nasce como um laboratório social colaborativo para a construção de um mundo mais longevo. Fruto do Lab60+, veio a Labora, que é uma empresa, uma plataforma de inclusão produtiva de pessoas 50+ para o futuro do trabalho. São entidades diferentes. O Fórum se funde institucionalmente com o Instituto LAB60+ porque longevidade é um tema sistêmico, coletivo, que não pode ser apropriado por uma lógica única de mercado.
O Fórum passa a ser também uma feira e um festival. O que muda no formato?
Sergio Serapião: A grande mudança é sair de uma lógica excessivamente vertical. Não queremos abandonar o palco e as grandes conferências, mas queremos ir além. Queremos rodas de conversa, workshops, debates, salas pequenas, médias e grandes, experiências culturais. Cada pessoa aprende e se expressa de um jeito. A diversidade exige essa mistura de formatos. Nosso objetivo é criar ambientes em que as pessoas se sintam à vontade para falar, escutar, participar e contribuir. Assim, manteremos a potência do Fórum e realizaremos a 8a edição em 2027. Complementarmente, resgataremos os Festivais LAB60+, que tiveram 5 edições, entre 2014 e 2018. Em 2027, realizaremos a 7a edição deste Festival.
Walter, qual é o significado institucional dessa transição?
Walter Feldman: Em primeiro lugar, é fundamental reiterar nosso agradecimento ao Francisco Santos e à Waleska Santos pela postura visionária. O Francisco será sempre o fundador e o presidente de honra do Fórum. É um prazer tê-lo sempre opinando, interferindo e participando. Essa transição não apaga o passado, ela constrói a partir dele. E o papel da presidência é justamente garantir essa continuidade com renovação.
A escolha do Parque do Ibirapuera é um dos pontos centrais dessa nova fase. Por quê?
Walter Feldman: O Ibirapuera recebe de 100 a 400 mil pessoas. Isso muda completamente a escala e o alcance do Fórum. Teremos um público espontâneo enorme, o que pode ampliar muito a participação social e popular. Existe um desejo antigo, inclusive do Francisco, de ocupar mais a cidade. A Prefeitura e a Urbia Parques, empresa concessionária responsável pela gestão do Parque Ibirapuera estão absolutamente empolgadas. Eles não querem ser apenas anfitriões, querem participar ativamente. É um tema que o parque ainda não tinha e que incentiva, inclusive, que pessoas 50+ frequentem mais esse espaço público.
Sergio, como o novo espaço dialoga com o conceito do evento?
Sergio Serapião: A escolha do Pavilhão de Culturas Brasileiras é simbólica. É um espaço público, ligado à cultura, à diversidade, à natureza. O pavilhão tem 11 mil metros quadrados, uma estrutura semelhante à da Bienal, o que nos permite ir além do modelo tradicional de estandes. Vamos trabalhar com experiências imersivas, culturais, com entretenimento que informa, que complementa o conteúdo do fórum. E também vamos ocupar áreas externas, criando uma integração maior com o parque.
Antonio, do ponto de vista da operação e da produção, o que essa mudança representa?
Antonio de Carvalho Junior: Para mim, esse projeto deixou de ser apenas um trabalho e virou uma causa de vida. Ele me transformou como profissional e como ser humano. A passagem de bastão do Francisco renovou tudo. O Walter traz todos os dias uma palavra de luz, de felicidade. E o Sergio tem me mostrado um jeito novo de olhar para as mesmas coisas, de enxergar possibilidades que eu ainda não tinha enxergado. Essa nova fase é desafiadora, mas é extremamente inspiradora.
Como vocês imaginam o Fórum São Paulo da Longevidade no médio prazo?
Sergio Serapião: Mais do que um evento, a gente quer construir um movimento vivo. Um espaço onde cada pessoa entende o seu papel na transformação de uma sociedade jovem-cêntrica para uma sociedade que possibilita participação e realização ao longo de toda a vida. Isso não vai acontecer pela ação isolada de uma organização, de uma empresa ou de um governo. Vamos precisar de todo mundo.
E qual é a principal provocação que fica para o ecossistema?
Sergio Serapião: Que a gente consiga construir juntos algo que não conseguiria construir sozinho. Queremos promover encontros improváveis, cruzar pessoas e ideias diferentes, inclusive inusitadas, para gerar novas experiências e soluções. Se for para construir sozinho, cada um constrói lá fora. Aqui dentro, a proposta é criar algo novo, coletivo e transformador.
Conheça mais sobre o Fórum São Paulo da Longevidade. Clique aqui

