Morar tem muitas novas formas: partilhada, assistida, protegida, independente e por aí vai. Atualmente, são diversas as opções habitacionais no mercado, inclusive para o público longevo, que também busca alternativas aos modelos tradicionais. Por isso, o assunto foi um dos destaques da Maratona Digital da Longevidade Expo+Fórum 2021, durante o segundo dia de conteúdos virtuais.
Para o diretor executivo da UNIBES Cultural, Bruno Assami, mediador do debate, a cidade de São Paulo, a maior cidade em termos populacionais do país, já possui mais de dois milhões de pessoas com 60 anos ou mais, que também se preocupam com moradia. “O painel tem exatamente este propósito: discutir, de um lado, o conceito de moradia digna ao longevo e, do outro, o ritmo acelerado do envelhecimento da sociedade”, disse.
Discussão essa de extrema importância, de acordo com o presidente do conselho administrativo da desenvolvedora imobiliária Vitacon S.A e CEO da Housi.com, plataforma digital de moradia sob demanda, Alexandre Frankel. “Com a pandemia, as pessoas passaram a ficar muito mais tempo em casa. Antes deste período, a média de tempo que se passava dentro de casa era de 40%, agora chega a quase 70% e representa o centro da vida moderna”.
Foi pensando nisso que surgiu a Housi.com, um novo conceito de moradia por assinatura, que permite à pessoa morar onde quiser e por quanto tempo quiser, sem ficar vinculada a um único local por muito tempo. “Hoje em dia, o estilo de vida mudou muito e as pessoas não se prendem mais a um único lugar. Atualmente, muda-se mais de emprego, de cidade e muitos querem estar mais próximos de seus destinos. Na época de faculdade, por exemplo, as pessoas querem morar perto dos estudos ou então do trabalho. Depois constrói-se família e quer-se morar perto da escola dos filhos. A moradia precisa acompanhar esse processo. É importante entender este novo momento e provocar novas soluções. Trabalhamos com coliving, com residenciais para idoso, por assinatura, ou seja, trabalhamos com novas modalidades de moradia”, conta Frankel.
Na mesma linha de atuação vai a Yuka, que também tem como objetivo proporcionar melhores experiências de vida. Foi o que disse o cofundador da empresa, Rafael Steinbruch. “Concordo com o Alexandre. Antigamente, havia esse preceito de nascer, morar e viver no mesmo local e hoje não é mais assim, realmente há mais flexibilidade neste aspecto. Foi daí que veio a Yuka, com a missão de transformar a cidade de São Paulo por meio da moradia. Um de nossos intuitos é dar nova vida aos espaços obsoletos do município. Por exemplo, há diversos imóveis na cidade com mais de 200 m² que ficaram desatualizados e grandes demais para quem quer viver nele. Então adotamos o sistema de casa compartilhada, com cada quarto ou parte da casa para uma determinada pessoa, casal ou pequenas famílias e deu muito certo. No início focamos no público jovem, mas logo percebemos que havia demanda e interesse também da população longeva neste modelo habitacional, com o intuito de terem companhias e não se sentirem sozinhas.”
O cônsul de Portugal, Paulo Jorge Pereira Nascimento, que também participou do painel, trouxe um pouco de como é a experiência local com a população prateada, já que, atualmente, o país é o que concentra uma das maiores comunidades de brasileiros na Europa. “Em Portugal, o que mais impacta o acesso à habitação são os custos, tanto para os jovens quanto para os longevos. Por isso, há uma série de iniciativas propostas pela iniciativa pública e privada em prol desta questão. Para os idosos, por exemplo, há estruturas próprias pensadas para aqueles que têm limitações, entre outras características específicas desta faixa etária. Nosso maior objetivo é não deixar ninguém para trás”, completou.
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