O painel da Longevidade Expo+Fórum contou com a presença da médica geriatra, Karla Giacomin, e do embaixador do Aging 2.0 na América Latina, Sergio Duque Estrada, e teve a mediação do coordenador do programa USP 60+, Egídio Dórea
Pelo segundo ano consecutivo, a Longevidade Expo+Fórum ocorre em formato digital, em conformidade com os protocolos de segurança impostos pela pandemia. Em quase dois anos de isolamento social e de novas vivências que esta nova realidade nos impôs foi possível acumular ensinamentos diversos e enriquecedores. Foi este o tema do painel comandado pelo médico, com especialização em nefrologia, professor na Universidade Municipal de São Caetano do Sul e responsável pelo Programa de Envelhecimento Ativo da USP, Egídio Dórea, na Maratona Digital da Longevidade Expo+Fórum.
O Programa Envelhecimento Ativo da USP é responsável pelo grupo de pesquisa Longevidade, Envelhecimento, Comunicação e Pesquisas do Núcleo de Estudos e Pesquisa do Envelhecimento (NEPE) e o programa da USP 60+.
Junto a Dórea, participaram do painel a médica geriatra e consultora da Organização Mundial da Saúde (OMS) no eixo Políticas de Saúde dos Idosos, Karla Giacomin, e o embaixador do Aging 2.0 na América do Sul e CEO da Ativen, Sérgio Duque Estrada.
Dórea trouxe um breve histórico da Covid-19 para abrir o debate sobre o que é possível incorporar da experiência pela qual o mundo ainda está passando. “Podemos dizer que, de um lado, temos o negacionismo, o idatismo e a ausência de políticas públicas, mas de outro percebemos ações positivas, solidárias e voluntárias, além da própria campanha de vacinação, que permitiu que 43% da população estejam com a vacinação completa“, expôs.
Karla detalhou as ações das ILPIs (Instituições de Longa Permanência para Idosos) para amenizar os efeitos da pandemia para os longevos. “Criamos a frente nacional de instituições de longa permanência. As pessoas se uniram em favor do compartilhamento de informações verossímeis e conseguimos criar uma rede de comunicação pela qual foi possível atingir todo o país. Hoje, mais de 1.400 voluntários colaboram para a redução de mortes em ILPs. Conseguimos evitar contágios e mortes e essa é uma experiência extremamente positiva que tiramos da pandemia”, disse a médica geriatra.
Tecnologia
Dórea continuou o painel sob o prisma da tecnologia. Segundo o coordenador do programa USP 60+ houve uma revolução nos hábitos da população longeva durante a pandemia da Covid-19. Em seguida, ele questionou ao embaixador da Aging 2.0 na América Latina, Sérgio Duque Estrada, se o incremento da tecnologia auxilia a população sênior.
“A tecnologia está presente no nosso dia a dia e foi determinante para amenizar um dos impactos mais cruéis da pandemia: o isolamento. Muita gente tinha receio das tecnologias, mas acelerou o aprendizado por conta da pandemia, aprendendo a fazer videochamadas, assistir a filmes, fazer cursos online, falar com os amigos. Foi um processo catalisador para população sênior aqui no Brasil”.
Por fim, Dórea fez a pergunta central do painel para os debatedores: “vocês acreditam que as experiências que vivemos na pandemia nos tornarão indivíduos melhores?”. Para Duque Estrada, sim, porque nos forçou a evoluir e a recorrer à nossa habilidade de adaptação. “É preciso superar as diferenças e pensar no benefício comum, como sociedade, independente das ideologias que norteiam cada indivíduo. O acesso à tecnologia, que é uma forma de conhecimento, precisa ser ampliado e democratizado para que a sociedade evolua”, explicou Estrada.
Na perspectiva da gerontóloga Karla Giacomin, é preciso aplicar a tecnologia para a redução de desigualdades. “A tecnologia democratiza a informação, mas é preciso fomentar o senso crítico via educação. Não basta apenas replicar. Precisamos reconhecer e trabalhar para a redução da desigualdade, porque envelhecer não é só uma questão de sorte, é uma questão de acesso a direitos”, respondeu.
A íntegra do painel está disponível no canal da Longevidade Expo+Fórum n Youtube. Clique aqui