Tradução, redação e edição
Analu Oliveira – 79+
Cecilia Vicuña em retrospectiva no Museu Guggenheim em Nova York
Artista, poeta, ativista e muito mais, Cecilia nasceu no Chile, na capital Santiago, em uma família de artistas e escritores. Sua magnifica arte indígena herança de seus ancestrais incas, chega agora ao Museu Guggenheim em Nova York, em uma exposição individual chamada Spin Spin Triangulene, inaugurada dia 27 de maio e que segue até 05 de setembro.
A beleza arquitetônica do Museu Guggenheim
A retrospectiva traz obras produzidas desde o final dos anos 1960 até as mais atuais, dentro da tradição que Cecilia traz desde a tenra idade. São surpreendentes suas séries Quipu, esculturas feitas a partir de faixas de lã suspensas e cheias de nós atados pelo comprimento.
Cecilia entre suas esculturas feitas com faixas de lã
Mas sua arte envolve também poemas, instalações, esculturas e telas, sempre com uma força absoluta que contrasta com a leveza de sua voz, doce e tranquila.
Cecilia comemora também outra grande conquista: recebeu o Leão de Ouro na 59ª Bienal de Arte de Veneza com seu quadro Bendígame Mamita (“Me abençoe mamãe”), que homenageia os tempos áureos do Chile, país “exuberante, fértil e vibrante” e à criatividade da sua mãe, Norma Ramirez.,
Bendigame Mamita , Leão de Ouro na 59º. Bienal de Veneza, em 2022
Cecilia saiu de Santiago para estudar em Londres e nunca mais voltou ao Chile. Foi por conta do golpe violento que derrubou o então presidente Salvador Allende e colocou Augusto Pinochet no poder em 1973. Sua vida e obra sofreram profundamente a dor do exilio e em 1980 ela foi morar em Nova York (EUA).
A artista já expôs em algumas das mais importantes instituições do mundo, como o The Institute of Contemporary Arts (ICA), em Londres; o Whitney Museum of American Art e o MoMA, em Nova Iorque, e o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM-RJ). Além disso, já escreveu muitos livros de arte e poesia
A cidade de São Paulo teve a honra de receber Cecilia e sua obra em 2018, na importante exposição da Pinacoteca: “Mulheres Radicais: Arte Latino-Americana, 1960-1985”, evento considerado entre os melhores do ano.
Sobre Cecilia Vicuña
Cecilia Vicuña Ramírez nasceu no Chile, na capital Santiago, em 22 de julho de 1948 e hoje está radicada em Nova York (EUA).
Seu trabalho é conhecido por tratar de linguagem, memória, dissolução, extinção e exílio. A consciência ambiental e a forte ligação com a cultura inca predominam em sua riquíssima obra.
Cecilia cresceu em La Florida, no vale do Maipo. De 1957 a 1964, aprendeu inglês na St. Gabriel’s English School e fez pinturas abstratas em estúdio construído por seu pai. Em 1966, ingressou na escola de arquitetura na Universidade do Chile, em Santiago mas mudou para a Escola de Belas Artes.
Recebeu o Prêmio Velázquez de Artes Plásticas 2019, principal láurea de arte da Espanha, atribuído pelo Ministério da Cultura espanhol a um artista radicado no país ou da Comunidade Ibero-Americana de Nações. Tudo por seu excelente trabalho como poeta, artista visual e ativista e sua arte multidimensional que interage com a terra, linguagem escrita e tecelagem.
Seguiu para Londres em 1972 para frequentar a Slade School of Fine Art.
É fundadora do Artists for Democracy e organizou o Festival de Artes para a Democracia no Chile no Royal College of Art, em 1974.
Em 1975, deixou Londres, foi para Bogotá, na Colômbia, para realizar pesquisas independentes sobre arte e cultura indígenas e viajou por todo o país, Venezuela e Brasil. Em Bogotá foi convidada pelo Teatro La Candelaria e Corporación Colombiana de Teatro para criar cenografias.
Em 1980, mudou-se para Nova York e casou-se com o pintor argentino César Paternosto.
Fontes
Wikipedia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cecilia_Vicu%C3%B1a
Folha de SP-UOL
Arte Que Acontece
https://www.artequeacontece.com.br/aqa-pesquisa-cecilia-vicuna/
Estadão – Cultura
Notícias ao Minuto
Herself
https://herself.com.br/blog/mulheres-na-arte-conheca-4-artistas/
(Imagens: divulgação)