8 de Outubro de 2019 às 06:00
Antônio Carlos Lira, Superintendente de Tecnologia na Seguros Unimed, mediou o Congresso Brasileiro da Longevidade Seguros Unimed, que teve como palestrantes Mórris Litvak, CEO MaturiJobs e empreendedor, formado e pós-graduado em Engenharia de Software pela FIAP-SP; Sérgio Castelo Serapião, Presidente do Instituto LAB60+ e CEO da Labora; e Estevão Alves Valle, Médico, Graduado pela UFMG, com residência em Geriatria pelo IPSEMG, além de título de Geriatria pela SBGG, e Mestre em Ciências da Saúde pela FIOCRUZ.
De acordo com Antônio Carlos Lira, estamos passando por três grandes transições no mundo. A transição demográfica, que trata do envelhecimento da população; a transição epidemiológica, que se baseia em novos padrões de enfermidades e mortalidade; e a terceira transição pela qual estamos passando neste momento, que é a transição tecnológica. “A tecnologia criou um mundo, desenhou uma nova realidade e isso já está sendo muito usado para revolucionar a vida do público sênior”.
Mórris Litvak sempre trabalhou com tecnologia e para o projeto que desenvolve até hoje, teve sua avó como inspiração. “Ela trabalhou até os 82 anos e quando parou e passou a ficar em casa sem fazer nada, a saúde dela foi ladeira abaixo. Em 2015, frente à crise econômica pela qual estávamos passando, percebi que tinha muita gente perdendo emprego e notei que as pessoas 60+ não conseguiam se recolocar. Neste momento notei o quanto o preconceito era real e estava presente no mercado de trabalho”.
O executivo criou o MaturiJobs, uma plataforma de vagas de emprego, que conecta pessoas com mais de 50 anos e empresas. “Neste caminho descobrimos muitas coisas, como que o empreendedorismo e as profissões autônomas ainda devem crescer muito entre este público. Abraçar a tecnologia e usá-la como aliada, e não como inimiga, são passos que podem ajudar os 50+ a seguirem para uma transição no mercado de trabalho. E deixo aqui um aviso: startup não é coisa apenas de jovem”.
“Há seis anos identificamos alguns problemas e entendemos que era preciso desenvolver tecnologias para resolver três grandes dores dos idosos: a solidão, a falta de integração social e financeira e a imagem de fragilidade. Estamos vivendo várias transformações e o mercado de trabalho é uma delas. O digital chegou e a tecnologia está aí e ainda assim não há serviços e produtos pensados especialmente para o sênior”, analisou Sérgio Serapião.
O Presidente do Instituto LAB60+ complementa: “A verdade é que estamos em um mundo onde vivemos mais e para isso precisam vir respostas. Neste contexto criamos a Labora, um appdesenvolvido para ser o companheiro do sênior em um ambiente de trabalho. Através do digital, estamos reinventando posições de trabalho e junto com empresas grandes como o Itaú, criamos cargos que valorizam a competência e respeitam as limitações que a idade traz. E é também com a tecnologia que se registram dados importantes e geram experiências que trazem informações inéditas sobre o trabalho deste público sênior”.
“Tecnologia, para mim, não é um software, um computador ou um robô pura e simplesmente. Tecnologia é aquilo usado por pessoas dentro de um processo racional que faz sentido e transforma realidades. Pode ser uma palavra, um ato, um movimento. No meu ponto de vista como médico, tecnologia é muito útil para cuidar melhor e para preparar pessoas para cuidar melhor. Temos uma dificuldade para enfrentar uma realidade ainda nova, a do envelhecimento da população. Então, colocamos alguns desafios para trabalhar e a verdade é que precisamos trazer a tecnologia para o jogo, porque com ela, conseguimos atingir muito mais pessoas”, disse Estevão Valle.
Segundo o médico, precisamos de oportunidades para que as pessoas mais velhas possam encontrar cuidados e saúde. “A tecnologia é necessária para ajudar profissionais a cuidarem melhor e de mais pessoas. Precisamos de tecnologia para que cuidadores se formem e informem melhor. E ainda a tecnologia é muito importante para que o próprio longevo se integre e comunique com mais facilidade e para que possa ficar independente por mais tempo. A tecnologia é um meio para melhorar a qualidade de vida”.