4 de Novembro de 2019 às 06:00
Quando Isabel Bacicurinski nasceu, no início da década de 1970, a expectativa de vida de uma pessoa com síndrome de Down era de cerca de 20 anos. Hoje, aos 48 anos, ela tem a real possibilidade de chegar à maturidade. Estudos internacionais apontam que, nos últimos 40 anos, a expectativa de vida para essas pessoas cresceu ao menos 3,75 vezes e deve, no futuro, se igualar à da população em geral. No Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a expectativa de vida ao nascer é de 76 anos.
Vários fatores contribuíram para o aumento da longevidade das pessoas com síndrome de Down. “Na década de 1920, a expectativa de vida era em torno de 9 anos. Com o advento das cirurgias cardíacas, vacinação, diagnóstico e inclusão, houve um aumento da expectativa de vida para em torno dos 65 anos. Um estudo mostrou um paciente com 77 anos”, diz a geriatra Ana Thereza Schneider, integrante da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG).
No passado, apenas os pediatras faziam o atendimento dos pacientes com a síndrome e, durante muitos anos, a longevidade não foi um tema abordado com os pais de crianças com Down. Agora, os geriatras estão sendo cada vez mais procurados por essa população e há projetos que focam no envelhecimento saudável de pessoas com a síndrome.
Segundo o fundador do Projeto Serendipidade, ONG com foco em inclusão, Henri Zylberstajn, é importante oferecer qualidade de vida para os adultos, mas obter informações sobre o envelhecimento deles e utilizá-las em pesquisas sobre o tema no futuro. “O projeto-piloto deve durar um ano. Queremos conversar com profissionais em formação para mostrar que existem caminhos e uma necessidade de mercado. Com o envelhecimento precoce e a longevidade dessa população, isso se faz necessário”, diz.
Fonte: IstoÉ Dinheiro. Para ler a matéria na íntegra, clique aqui.