Redação e edição
Analu Oliveira – 80+
Loyola, sempre tímido e discreto, lançou dia 25 de setembro de 2022, seu novo livro: Deus, O que Quer de Nós? . O romance foi escrito durante a pandemia e é uma reflexão sobre a situação atual no Brasil que tem causado desamparo e confusão.
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O protagonista Evaristo, vive um clima distópico, sozinho dentro de casa, num momento de grande dor com a perda da mulher e alterna crises de ansiedade, depressão, ternura e até felicidade. O mundo vive uma pandemia (chamada de Funesta ou Infame) que perdura há anos e, por isso, ele não tem consciência do que é realidade, sentido e expectativa.
Loyola é mestre em criar realidades distópicas, imaginárias, mas sempre com histórias críticas, bem humoradas e humanísticas. Autor de outros clássicos, como Zero (1975) e Não Verás País Nenhum (1981), ele é mesmo surpreendente e imprevisível. É ele quem afirma: “A realidade é tão absurda que há nela material de sobra para fábulas, metáforas e humor negro. Eu gostaria que este livro sacudisse as pessoas”.
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Sobre Ignácio de Loyola
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Ignácio de Loyola Lopes Brandão nasceu em Araraquara, interior de São Paulo, dia 31 de julho de 1936. É contista, romancista e jornalista. Casou e descasou e há 40 anos está com a arquiteta Márcia Gullo, sua conterrânea de Araraquara, 21 anos mais jovem. É pai de Rita Gullo, cantora, atriz e historiadora, Daniel Brandão, agrônomo e André, fotógrafo.
Filho de um ferroviário, foi influenciada por seu pai, que o incentivou na leitura e montou para ele uma biblioteca com 500 volumes. Um pouco da sua infância está descrito no conto “O menino que vendia palavras”, quando ele conta sobre a troca que fazia de palavras por figurinhas e bolinhas de gude com os coleguinhas de classe.
Começou em 1952, como crítico de cinema no jornal A Folha Ferroviária. Em 1956 mudou-se para São Paulo, foi trabalhar no jornal Última Hora, onde ficou por quase dez anos. Em 1957 viajou para a Itália para tentar ser roteirista em Cinecittà. De lá, continuou a colaborar com matérias para a Última Hora, com assuntos diversos, coberturas, sinopses e alguns trabalhos para a TV Excelsior.
Em 1965 lançou Depois do Sol, livro de contos e trabalhou como editor da Revista Planeta entre 1972 e 1976. Seu romance Zero foi publicado primeiro em tradução italiana e no Brasil, por conta da censura, só foi liberado em 1979. Depois, foi traduzido para o alemão, coreano, espanhol, húngaro e inglês.
Encantou-se com a obra do diretor de cinema Federico Fellini, “Oito e Meio”. Mais tarde admitiu que esse filme o influenciou para escrever “Zero”. De volta ao Brasil, começou a escrever “Os Imigrantes” junto com José Celso Martinez Correa, amigo de Araraquara.
Em 1988, publica “A rua de nomes no ar”, livro de contos e crônicas e depois arriscou no mercado editorial infanto-juvenil com “O homem que espalhou o deserto”. No mesmo ano, publicou o livro “Sonhando com o demônio” .
O Estadão entrou em sua vida em 2005, quando virou cronista. Em dezembro de 2010 recebeu a comenda da Ordem do Ipiranga pelo Governo do Estado de São Paulo e desde março de 2019 pertence à Academia Brasileira de Letras (ABL). Foi eleito personalidade literária de 2021 pelo Prêmio Jabuti.
Em 2000, Ignácio de Loyola Brandão ganhou o Prêmio Jabuti na categoria Contos e Crônicas pelo livro “O Homem que odiava a segunda-feira”.
Fontes
(Imagens: divulgação)