20 de Junho de 2019 às 06:00
O mercado de influência é frequentemente associado a hábitos digitais das gerações mais novas e a produtores de conteúdo igualmente jovens. O público sênior, no entanto, está começando a se apropriar de ferramentas digitais para dar voz a canais de conteúdo. No exterior, personalidades como Iris Apfel, de 94 anos, e Lyn Slater, com 63, tornaram-se cases emblemáticos de instagrammers que desafiam paradigmas de idade no mercado de influência.
No Brasil, o movimento ainda é pequeno, mas representa uma oportunidade para marcas que buscam maior pluralidade em seus projetos com influenciadores digitais. A consultoria de marketing de influência Squid, por exemplo, identificou em sua base cerca de 65 microinfluenciadores com mais de 54 anos, enquanto a Hype60+, especializada em longevidade, mapeou cerca de 50 influencers seniores no Brasil.
74% dos brasileiros com mais de 60 anos sentem-se abertos para testar novas tecnologias e consideram-se pessoas digitais, aponta estudo da MindMiners com a Hype60+.
A longo prazo, a atividade de influenciador pode se tornar uma realidade para muitos outros brasileiros. “A população vai viver cada vez mais e as redes sociais podem trazer não só uma atividade de lazer, mas um suporte financeiro para muitas pessoas”, avalia Clea Klouri, sócia da consultoria Hype60+.
Maduros e conectados
Os influenciadores maduros refletem hábitos de um grupo que, diferentemente do que prega o senso comum, está bastante conectado. De acordo com um estudo da plataforma Aging Free Fair, em parceria com a FGV, 70% das empresas brasileiras acham que os mais velhos não acompanham transformações tecnológicas. Outro estudo, porém, aponta que 74% dos brasileiros com mais de 60 anos sentem-se abertos para testar novas tecnologias e consideram-se pessoas digitais. Os dados são de uma pesquisa da MindMiners em parceria com a Hype60+, feita este ano com 533 brasileiros com idade a partir de 50 anos.
As redes sociais preferidas do público maduro, de acordo com a pesquisa, são WhatsApp, Facebook e Instagram, nesta ordem. Ainda, 46% seguem a algum influenciador e 75% já fizeram alguma compra motivados por uma personalidade digital. Segundo Clea, da Hype60+, marcas ainda estão entendendo o potencial do público maduro, grupo que será cada vez mais representativo à medida em que a população brasileira envelhece.
Fonte: Meio & Mensagem. Para ler a matéria na íntegra, clique aqui.