Já é sabido que o ambiente de trabalho formado por diferentes gerações é positivo para o crescimento profissional dos colaboradores e da empresa. A multigeracionalidade traz experiências e vivências que agregam na hora da tomada de decisões e no desenvolvimento de projetos, porém, nem sempre as pessoas 50+ encontram oportunidades no mercado.
Um painel especial realizado pela Robert Half Brasil e pela Labora trouxe dados relevantes sobre o cenário da multigeracionalidade no mundo corporativo do Brasil.
Segundo o estudo, realizado pelos curadores do painel em 852 empresas de pequeno, médio e grande porte no país, o número de contratados 50+ nos últimos dois anos representa menos de 5% do total de contratações.
A pesquisa revela ainda que a maioria das empresas não prioriza a questão geracional em seus programas de diversidade. Enquanto mais de 28% dos respondentes indicam possuir programas afirmativos para outras diversidades, apenas 13% relatam ter implementado programas com vagas afirmativas para talentos com mais de 50 anos.
Segundo o Founder e CEO da Labora, Sergio Serapião, a pesquisa não traz dados desanimadores, mas sim um momento de consciência. “As empresas ao menos já aceitaram responder esse questionário, cenário diferente de alguns anos atrás. Vivemos um momento de transformação, do qual debater esse tipo de assunto elevará a consciência do mundo corporativo e abrirá novos horizontes para o mercado de trabalho”.
Para o presidente da Robert Half Brasil, Fernando Mantovani, a normalização da multigeracionalidade precisa ser ampliada em empresas e na sociedade. Ele cita o filme ‘O estagiário’, protagonizado por Robert De Niro, um homem longevo que disputa uma vaga de trabalho em um ambiente dominado pelas novas gerações.
“O nosso desafio é mostrar para as empresas que o roteiro desse filme é a vida real. Precisamos normalizar que uma pessoa com a idade para ser nosso neto pode, sim, ser nosso chefe, e vice e versa. Antes a idade estava ligada diretamente à hierarquia nas instituições, mas o mundo mudou e é preciso acompanhar isso. Quanto mais falarmos e debatermos o assunto, mais normal ele fica”, destaca.