Uma temática muito atual, as mudanças climáticas, ganhou mais um contorno de importância durante o Congresso de Envelhecimento Ativo, encontro com curadoria do secretário municipal de Mudanças Climáticas da Prefeitura de São Paulo, Gilberto Natalini, e comandado pelo vereador Eliseu Gabriel da Câmara Municipal de São Paulo já há sete anos, realizado durante a Longevidade Expo+Fórum em 2023.
Uma das palestras que atraiu grande audiência foi a que reuniu o Dr. Alexandre Kalache, médico, gerontólogo e presidente do Centro Internacional de Longevidade Brasil, e a jornalista Cláudia Colucci, repórter especial e colunista de saúde da Folha de São Paulo. Os dois propuseram o pensar sobre a longevidade, as mudanças climáticas e o meio ambiente.
“Estamos vivendo as temperaturas mais altas de toda a história. Europa, Oceania, África, na Ásia, Américas do Norte e do Sul, todo o planeta vive temperaturas alarmantes. O que quero dizer é que o futuro já chegou. Falando como estivéssemos anunciando um futuro, na verdade, brincando de avestruz, escondendo a cabeça e fingindo que nunca acontecerá. Mas este calor cada vez mais intenso já nos cerca. E as pessoas longevas são as mais vulneráveis, assim como crianças muito pequenas. Por outro lado, considero os longevos os mais resilientes. Mas como vamos enfrentar esse futuro que já é presente?”, provocou Kalache.
Claudia alertou que, depois de 20 anos dedicados à área da saúde, o país não está preparado para a longevidade. “Não estamos preparando políticas públicas, não temos investimentos na formação de recursos humanos para atender a essa parcela da população. Faltam médicos geriatras. E esta situação preocupa considerando que em 2031 teremos mais 60+ do que crianças e não vemos nem o sistema de saúde preparado para isso, nem as especialidades ou mesmo o sistema de previdência. Não vemos preparação nenhuma”, disse a jornalista, que considera que, frente a este cenário, a principal pergunta a fazer seria por onde começar.
Kalache respondeu dizendo acreditar a primeira coisa a fazer seria pedir desculpas as gerações mais longevas pelo feito ao planeta até agora. “A segunda é procurarmos educar-nos. Vamos continuar a destruir o planeta? Porque o mundo que vocês, mais jovens, vão receber será um mundo muito perverso, uma vez que quando vocês chegarem à minha idade encontrarão um planeta muito mais quente”. alertou.
Acompanhe a íntegra do painel e toda a programação da V Longevidade Expo+Fórum no canal do evento no YouTube. Clique aqui.