As seniortechs representam uma tendência crescente em inovação, focadas em atender às necessidades das gerações mais maduras. Essa abordagem busca tornar a tecnologia mais acessível e amigável para todas as idades, promovendo assim mais inclusão digital e melhoria na qualidade de vida. O tema foi pauta de um dos painéis da Longevidade Expo+Fórum em 2023.
A Ativen, consultoria em inovação e longevidade, e a InovaHC, braço de inovação do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, apresentaram no evento o resultado de um mapeamento das seniortechs do Brasil e suas principais áreas de atuação. O estudo inédito identificou mais de 50 startups ligadas à longevidade.
“Essa pesquisa levou em consideração os desafios do envelhecimento e dividiu essas seniortechs em seis nichos de atuação, para identificar de forma clara o cenário atual”, explica Sérgio Duque Estrada, CEO da Ativen.
De acordo com o levantamento, existem hoje 53 iniciativas do tipo no Brasil com soluções nos seguintes segmentos: engajamento e propósito, saúde, cuidado, vida diária e estilo de vida, mobilidade e paliação e finitude.
O coordenador do curso de pós-graduação em Geriatria do Hospital Sírio Libanês, Venceslau Coelho, afirma que o recurso é um importante aliado da saúde, porém, para funcionar bem, as seniortechs precisam desenvolver aplicativos e dispositivos adaptados, interativos e que estimulem sua adoção por parte dos longevos, além de projetos que ajudem a superar as desigualdades sociais e digitais.
“É preciso entender que a inclusão social está diretamente ligada à inclusão digital. A falta de instrução é um dos empecilhos para a adesão dos mais idosos à tecnologia, então, cabe a nós criarmos meios que estimulem esse contato, de forma que essa tecnologia passe a ter um impacto significativo na vida dessas pessoas”.
Presente no painel, Neuza Guerreiro de Carvalho, 93+, contou aos presentes como a inovação tecnológica integra sua rotina. “Eu preciso usar a tecnologia para otimizar o meu dia, para ajudar com que eu tenha mais tempo de fazer o que eu gosto, que é estudar. Eu faço compras de supermercado online, leio notícias, converso com pessoas, faço tudo”.
Embora sua importância esteja mais do que comprovada, o número de seniortechs no país ainda é pequeno. Como incentivo à prática, empresas estão buscando acelerar iniciativas nesse sentido, como é o caso da Ventures.
“Nosso trabalho é identificar essas seniortechs e acelerar projetos que contribuam com as pessoas longevas. Todos devemos ressignificar nosso olhar para esse mercado maravilhoso e que não para de crescer. Esse é o futuro que estamos investindo”, destaca Fernando Potsch, CEO da Ventures.
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