17 de Dezembro de 2019 às 12:39
A melhora generalizada nas condições de saúde, o desenvolvimento da medicina, a coleta de lixo, o tratamento da água, a importação de medicamentos e as campanhas de vacinação lançadas no País estão entre os fatores que atuaram em conjunto para o avanço da média de expectativa de vida do brasileiro de 1940 a 2018. No período, o aumento foi de 30,8 anos passando de 45,5 anos para 76,3 anos. A avaliação é do demógrafo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Luciano Gonçalves.
“Nas últimas décadas se observa um cuidado maior das pessoas contra o que se chama de man made diseases, que são as doenças causadas pelo homem, resultantes do consumo excessivo de álcool, do tabagismo, de uma vida sedentária sem atividades físicas e de alimentação precária. Tudo isso junto joga contra o aumento da longevidade”, acredita o pesquisador.
Mulheres
Não só no Brasil, mas em vários países, as mulheres vivem mais que os homens. Conforme os dados de 2018, a diferença é de aproximadamente 7 anos. “É notório que elas se cuidam muito mais que os homens, ao sentirem um incômodo já correm para o médico, tornando-se preventivas”, explicou Gonçalves.
Para o demógrafo do IBGE, a escolaridade da mulher tem relação com a queda da mortalidade infantil. Na década de 40, aproximadamente 146 crianças em mil que nasciam morriam antes de completar 1 ano de vida. Em 2018, para cada mil crianças que nascem apenas 12,4 morrem antes dessa idade. “Essa queda brusca ocorreu, especialmente, por causa da evolução da escolaridade das mulheres, que ainda são responsáveis pela maior parte dos cuidados da casa e dos filhos.”
Regiões
Quanto à diferença de perfis entre as regiões brasileiras, onde normalmente os Estados da Região Sul e Sudeste são mais desenvolvidos que os do Norte e Nordeste, se reflete na expectativa de vida, disse o demógrafo. “Os Estados do Sul e do Sudeste estão avançados tanto na queda da mortalidade quanto da fecundidade na comparação com os das outras regiões. Esse quadro mostra a necessidade de ampliação das políticas de Estado na melhoria do saneamento básico, da coleta de lixo, no tratamento de esgoto e da possibilidade de a água encanada chegar na casa das pessoas.”
Fonte: Agência Brasil e IstoÉ Dinheiro.