*Daniela Campos Zuccolotto
Você sabia que as pessoas que estão no ensino médio hoje, entrando no mercado de trabalho, terão até cinco carreiras durante a vida?
Muitas são as razões que explicam esta projeção, mas gostaria de destacar três: a revolução tecnológica e a era ágil aceleraram de forma exponencial as mudanças no ambiente de trabalho; a relação das pessoas com o emprego passou por muitas transformações com demandas que vão além do salário; e a longevidade conquistada trouxe mais tempo de vida, social e produtiva, significando oportunidade e necessidade de se trabalhar por mais tempo e gerar renda.
Essa projeção fala do futuro dos jovens e de algo que já é uma realidade para nós, profissionais maduros. Nós, que vivemos todas essas transformações, já temos mais de uma carreira e sabemos que precisamos fazer as coisas de forma muito diferente do que fizeram as gerações anteriores, quando a vida profissional passava por três estágios: o de educação ou formação, seguido do período do trabalho e por fim, a aposentadoria.
Vejam quanta coisa mudamos de lá para cá: o conhecimento adquirido na faculdade deixou de ser suficiente e passamos a aprender continuamente e investir em formações complementares; a carreira linear muitas vezes vivida dentro de uma única organização já não é factível, principalmente quando miramos os anos de produtividade que temos à frente e a aposentadoria aos 65 anos virou história do passado.
Temos mais de uma carreira durante a vida, quando passamos por uma transição ou mesmo simultaneamente. O guru da administração Charles Handy popularizou o termo “carreira de portfólio”, quando se referiu a profissionais com um portfólio de atividades que convivem ao mesmo tempo. Isso porque o ser humano é múltiplo, tem diferentes aspirações, desenvolve várias habilidades e para se realizar precisa de múltiplas atividades. Você sabia que Lenny Kravitz, além de ser músico, produtor, cantor, compositor e ator, é designer de interiores?
Mas não precisa ser famoso, todos conhecemos pessoas que conciliam duas ou mais atividades profissionais; que fizeram transição de área dentro da mesma empresa ou começaram uma nova história em outra organização na maturidade; que mudaram completamente de atividade depois que deixaram o mundo corporativo e estão empreendendo aos 50, 60, 70 anos ou mais.
Esse tempo de transição e de reinvenção precisa de planejamento, aprendizagem e suporte, que podem vir das empresas, com programas de desenvolvimento e preparação de seus profissionais para o próximo ciclo, mas também devem ser buscados individualmente. As pessoas precisam se preparar para este período, usar de todo o seu autoconhecimento e do aprendizado entre os erros e acertos do passado para escrever seus próximos capítulos.
Autoconhecimento é palavra-chave. Adaptabilidade também. Se pensarmos que tudo está em transformação, que profissões deixarão de existir e surgirão outras novas que nem sabemos denominar e que começar algo novo implica em aprender coisas que não sabíamos, nossa capacidade de nos ajustarmos e prosperarmos em um ambiente em constante mudança, é cada vez mais importante.
O processo de reinvenção de carreira não é simples, porque fazer novas escolhas ao mesmo tempo que motiva, gera incertezas. E, além disso, cada história é uma história, mas existem ingredientes e habilidades essenciais que podem ajudar a todos a trilhar esse caminho.
Por isso, estou preparando um e-book com dicas para compartilhar com vocês na minha palestra durante a Longevidade Expo+Fórum. O tema será “Longevidade dos negócios: uma visão de longo prazo, uma ação que começa agora”, que será no auditório 5, dia 30 de setembro, às 11h. Nos vemos lá!
Ah, e se quiser me contar sua história ou enviar perguntas antes do evento, fica aqui o meu endereço no linkedin.com/in/daniela-campos-zuccolotto.
*Daniela Campos Zuccolotto é CEO da Middle-us e Colunista de Gestão da Longevidade, além de especialista em gestão de comunicação, estratégia de marketing e desenvolvimento.