O Fórum São Paulo da Longevidade chega à sua 7ª edição com novo formato e ainda mais relevância
Com o apoio oficial da Prefeitura de São Paulo, o evento será realizado de 27 a 29 de outubro de 2025, no Centro de Convenções do Expo Center Norte, e promete reunir mais de 5 mil convidados, entre profissionais, acadêmicos, empresários, lideranças públicas e representantes da sociedade civil.
Neste ano, o Fórum passa a contar com três congressos, oito conferências e 16 workshops, promovendo um debate transversal e multidisciplinar sobre os desafios e oportunidades da longevidade ativa e da economia prateada — setor estratégico que envolve uma população de mais de 60 milhões de brasileiros com 50 anos ou mais, dos quais 39 milhões têm mais de 60 anos.
Em entrevista ao portal Longevidade Expo, o presidente do evento, Walter Feldman, destaca que entre os principais temas da edição 2025 está o debate sobre “Metrópoles e Municípios como Cidades Amigas do Idoso”, com foco em políticas urbanas inclusivas. Também ganham destaque pautas como saúde e prevenção, inclusão digital, capacitação profissional, multigeracionalidade no trabalho, além de tendências em turismo, marketing, comunicação, economia e empreendedorismo prateado.
Confira a entrevista:
Este ano, o evento se consolida como Fórum São Paulo da Longevidade. O que motivou a mudança e qual é o significado desse reposicionamento?
Todos dizem que é no sétimo ano que as coisas se consolidam, ganham forma e mostram a que vieram. O Fórum São Paulo da Longevidade e a Longevidade Expo se consolidaram ao longo dos últimos anos e demonstraram uma força extraordinária para impulsionar o debate, a produção de conteúdo, a troca de experiências e, principalmente, o valor do tema. A edição de 2024 foi emblemática, com oito auditórios simultâneos e centenas de painéis, representando um ápice em relação às edições anteriores.
Percebemos, então, que o maior trunfo do evento estava justamente nessa estrutura de conteúdo, que merecia ser ainda mais fortalecida. Tudo o que aconteceu no ano passado permanece agora com ainda mais potência, com um caráter ampliado de internacionalização e com novos conteúdos surgindo o tempo todo.
Há sete anos, longevidade era um tema ainda emergente. Você acredita que o Fórum foi e continua sendo uma ferramenta estratégica para consolidar essa pauta na sociedade?
O Fórum São Paulo da Longevidade e a Longevidade Expo cumpriram um papel extraordinário ao se tornarem um hub para todos que já militavam nesse campo — seja por meio de suas entidades, seja individualmente. Eles passaram a reconhecer o evento como um espaço privilegiado de troca de experiências e avanço da pauta na sociedade brasileira.
Você acredita que houve uma mudança na forma como a sociedade enxerga a pessoa longeva? Deixou-se de vê-la apenas sob uma ótica assistencialista para percebê-la como cidadã ativa?
Diria que foi uma mudança de proporções oceânicas! Sete anos atrás, esse ainda era um tema periférico nas agendas públicas e privadas. Hoje, ele é uma prioridade crescente na sociedade brasileira — e já tem grande expressão em outros continentes. O Brasil precisa, com urgência, transformar esse debate em políticas públicas robustas e em estratégias empresariais concretas.
Ainda há muito a ser feito?
Sem dúvida, avançamos bastante no reconhecimento da pauta. Mas, agora, inicia-se uma nova fase: a do planejamento. É por isso que, em parceria com a Prefeitura de São Paulo, realizaremos a primeira Conferência Nacional Cidade Amiga do Idoso, um espaço estratégico para definir políticas públicas voltadas a esse público. O propósito é transformar as cidades — todas elas, se possível — em territórios que compreendam o novo papel do cidadão longevo. Não mais sob uma ótica meramente assistencial, mas como agentes produtivos, econômicos e colaboradores ativos na superação dos desafios do milênio.
Você está há alguns anos envolvido diretamente com a questão da longevidade. Como essa experiência tem transformado a sua própria visão sobre o envelhecimento?
Como ser humano, eu já tinha uma preocupação natural com essa etapa da vida, seja por ter 71 anos, seja por ter participado, ao longo da minha trajetória política, de debates importantes como a criação do Estatuto do Idoso e a formulação de políticas públicas para essa população. Mas não posso negar que, nos últimos quatro anos, como presidente do Fórum São Paulo da Longevidade e da Longevidade Expo, fui profundamente impactado — pessoal e coletivamente — pelas grandes transformações que se avizinham.
Tenho seguido, com convicção, os parâmetros estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde sobre a longevidade ativa e saudável. E incluo o tema da longevidade em todos os fóruns dos quais participo, pois acredito que ele é uma das grandes questões do século XXI — só perde em centralidade para as mudanças climáticas. Considero, sem dúvida, a nova longevidade um tema planetário.
E qual será a linha norteadora desta edição do Fórum?
Neste ano, temos dois grandes eixos. O primeiro é a decisão da Prefeitura de São Paulo de se tornar um polo irradiador de políticas públicas voltadas à longevidade, orientando de forma transversal todas as secretarias a incorporarem o tema. A longevidade deixa de ser responsabilidade de uma pasta específica e passa a ser uma diretriz de governo. O segundo eixo é a ampliação da experiência internacional. Estamos em tratativas para contar com o apoio e o aval da Organização Mundial da Saúde, reforçando o nosso compromisso com as melhores práticas globais.