22 de Agosto de 2019 às 06:00
Sempre que precisa ir ao médico para um exame nos olhos, Amarylis Ferreira, de 80 anos, tem companhia. Mas não da filha ou de um neto. Quem a ampara é uma “concierge”. A palavra francesa é requintada, mas revela uma necessidade corriqueira: a de evitar a solidão e proporcionar autonomia a maduros saudáveis no cenário de aumento da longevidade no Brasil.
Difundidos no exterior, em países como Inglaterra e Estados Unidos, serviços de concierge para maduros chegam ao Brasil atrás de uma fatia do mercado que não para de crescer. As iniciativas se destinam a longevos sem limitações físicas ou cognitivas graves, mas que desejam apoio para continuar fazendo atividades, como ir à feira, consultas, gerir contas ou passear. A contratação quase sempre parte dos filhos, atarefados com crianças ou o trabalho.
Na empresa, os concierges são chamados “seniores interativos” e têm, em geral, formação em Enfermagem, mas dispensam o uniforme para afastar a ideia de doença. Um pacote de três horas de acompanhamento, duas vezes por semana, sai a R$ 890 mensais.
“Mudanças culturais e sociais estão tirando as famílias desses papéis (de cuidadores). Casais de 45, 50 anos provavelmente têm filhos pequenos e pais maduros. Eles não conseguem suprir as necessidades – e não por falta de afeto. É questão de disponibilidade de tempo, principalmente nas grandes cidades”, afirma Valmari Aranha, psicóloga e diretora da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia. “Por outro lado, temos uma população madura ativa e demandando mais.”
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Fonte: Estadão.
Legenda da foto: Luciene, a concierge, acompanha Amarylis, de 80 anos
Crédito: Daniel Teixeira/Estadão