20 de Junho de 2019 às 06:00
O UOL VivaBem entrevistou três pessoas com mais de 90 anos que têm autonomia, boa memória e estão dando uma rasteira no relógio biológico.
Alegre, disposto e bem tratado pela família: assim vive o aposentado Vitório aos 104 anos em Ribeirão Preto, interior de São Paulo. O segredo de quem “teima em viver”, como ele mesmo diz, é muita paciência. “Todo mundo me quer bem, não brigo, não faço nada para querer ofender.”
Vitório estudou só até o segundo ano do ensino fundamental, mas aprendeu muito sozinho, lendo entre um serviço e outro quando trabalhou em uma livraria. “A minha mentalidade é uma maravilha! Eu penso, eu canto, eu dou risada, faço música”, conta.
Quando não está cuidando da casa, cozinhando para agradar algum dos seus nove bisnetos ou fazendo ginástica, Tercília Camargo, 91, gosta mesmo é de aprender. “Eu adoro ler”, diz. A curiosidade pela escrita começou há muito tempo e resistiu mesmo depois de décadas de trabalho duro como empregada doméstica. “Quando eu era criança, a minha mãe me batia porque eu sempre comia com o livro aberto.”
Apesar da repreensão materna, ela dedica parte do seu tempo aos livros religiosos. “Ali tem muito ensinamento, aprendo muito sobre humildade, ter paciência.” Uma vez por semana, ela se desloca de Itapevi, onde mora, até Barueri, onde fica o Centro que frequenta. “Sou espírita desde os 15 anos, mas só agora estou me dedicando de verdade.”
Foi com 80 anos que Claire Feliz Regina, 90, decidiu que era hora de descansar de verdade. Já fazia dez anos que batia ponto todos os dias na Receita Federal, mesmo aposentada compulsoriamente por conta da idade. “A vida inteira eu estudei muito, mas só coisa técnica. Sabia o regulamento do imposto de renda de cor, meu livro de cabeceira era o Diário Oficial. Quando eu aposentei, pensei: vou fazer o que?”
Nunca tinha escrito um verso na vida, mas começou a frequentar alguns saraus em São Paulo e pensou em se arriscar pela poesia. “Tentei fazer um poema humorístico, mas não deu certo. Daí pensei: e se eu fizer um poema erótico? Fiz e gostei”, diz.
Seus versos, declamados sempre de cor, fazem tanto sucesso que Claire já lançou três livros e se apresenta frequentemente em saraus do centro e das periferias de São Paulo.
Outro ingrediente comum aos entrevistados da reportagem é que, além de ativos, todos nunca estão sozinhos.
Fonte: UOL. Para ler a matéria na íntegra, clique aqui.