Dia 15 de agosto é comemorado o Dia da Santa Casa, instituição filantrópica que representa 52% dos atendimentos do SUS no Brasil
A primeira Santa Casa de Misericórdia surgiu em 15 de agosto de 1498, em Lisboa, fundada pela rainha Leonor de Lencastre, esposa de Dom João II. A instituição foi construída para auxiliar a população europeia que, na ocasião, sofria com o crescimento no número de feridos em guerras e o avanço de doenças. No Brasil, a primeira Santa Casa foi fundada em Santos logo após o descobrimento, em 1543. Com o passar dos anos, a instituição filantrópica foi crescendo e soma hoje mais de 2 mil unidades em todo o país. As Santas Casas respondem por 52% dos atendimentos feitos no Sistema Único de Saúde (SUS), o que faz da instituição uma das principais responsáveis pelo atendimento ao longevo.
Embora o número de pessoas 60+ em planos de saúde tenha aumentado nos anos após a pandemia, a maior parte da população longeva do país ainda não tem acesso à saúde suplementar, dependendo integralmente do SUS. Nas cidades mais remotas, muitas vezes, a Santa Casa de Misericórdia é a única opção de atendimento. As Santas Casas e os hospitais filantrópicos atendem mais de 1/3 dos leitos hospitalares do SUS com demanda crescente e financiamento insuficiente. Esses hospitais são responsáveis por mais de 50% do atendimento de média complexidade do SUS e 70% da alta complexidade.
“O sistema de saúde do Brasil não se preparou para o envelhecimento da população, o que torna urgente o debate acerca da promoção do envelhecimento saudável e da atenção básica à saúde. São as Santas Casas que estão atendendo a demanda dessa população, com cirurgias de catarata, joelhos, tratamento de osteoporose, entre outras. O custeio do tratamento para a população sênior é mais elevado, por isso, é necessário que sejam ampliadas as políticas públicas sobre o tema”, explica o presidente do Sindicato das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos do Estado de São Paulo (SINDHOSFIL/SP), Edison Ferreira da Silva.
Com mais de 30 milhões de pessoas 60+ e com perspectivas de um rápido envelhecimento da população, o Brasil precisa melhorar sua infraestrutura sênior com investimentos em gerontologia, geriatria, nutrição, fisioterapia, atenção psicossocial e medicina preventiva. “Evoluímos muito, mas ainda há muito trabalho a ser feito. A primeira coisa é entender que a população está envelhecendo e isso demanda mais planejamento por parte do Estado”, destaca Silva.
O presidente do sindicato chama a atenção também para o aproveitamento da mão de obra 60+ no mercado, seja de forma contratada ou voluntária. “Na maioria dos países, com exceção ao Japão, não se valoriza o idoso. No mercado de trabalho, quando passamos dos 40 anos já encontramos dificuldades de recolocação. É preciso estimular as pessoas a envelhecer de forma saudável e isso inclui aproveitar sua força produtiva. O longevo precisa ter um papel importante na sociedade, seja contratado ou seja como voluntário”. Edison destaca ainda que está em estudo um projeto desenvolvido pelo sindicato para absorver esse público nos hospitais como colaboradores. “Queremos iniciar um projeto onde os idosos sejam contadores de histórias nas unidades hospitalares. É uma forma de motivá-los a fazerem o que gostam, contribuindo ainda para o bem estar do paciente internado”.
O Sindhosfil estará presente na próxima edição da Longevidade Expo+Fórum, de 29 de setembro a 1º de outubro no Centro de Convenções Rebouças. O Sindicato das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos do Estado de São Paulo atua, há mais de duas décadas, exclusivamente na defesa das Santas Casas e hospitais filantrópicos do estado. Atualmente, a entidade tem em sua base territorial 434 cidades com 180 instituições filiadas.
O Sindhosfil é um dos apoiadores institucionais da Longevidade Expo+Fórum.