Uma das novidades desta edição é o Congresso Morar 60+, sobre as casas de longa permanência para pessoas 60+, as chamadas ILPs. Sob curadoria da Trevoo, uma plataforma que reúne informações, ranqueia e conecta residenciais a familiares, o congresso teve como objetivo apresentar os novos formatos que essas instituições vêm oferecendo.
A CEO da Trevoo, Eliz Taddei, tem uma ligação pessoal com o tema. Há quase três décadas, ela se viu perdida em busca de um lugar que oferecesse cuidados especiais para a mãe, por isso teve a ideia de criar a plataforma como facilitadora desse processo.
“Muitas vezes me coloco no lugar dos filhos, sendo que grande parte das pessoas que nos procuram são mulheres. Gostamos de ver nossos pais como heróis, então, é adequado que procuremos locais que tratem suas necessidades e preservando a sua individualidade. É muito doloroso ver nossos familiares com debilidades e é mais difícil ainda quando passamos a ser responsáveis integralmente pelos cuidados deles”, enfatiza.
O congresso abordou os diferentes modelos de moradia pensados para pessoas longevas, desde estruturas que permitem e incentivam a autonomia até lares dedicados a cuidados especiais para pessoas com necessidades severas. O CEO da Bioeng, Norton Mello, trouxe exemplos do que está sendo feito no Brasil e no exterior sobre o assunto.
Uma das novidades são as construções focadas no aging in place com experiências imersivas, como um condomínio sênior localizado na Flórida, Estados Unidos. “Esse residencial foi inspirado nas tradicionais vilas da Toscana, na Itália, então foi trabalhado muito as cores, texturas e iluminação natural. Além disso, há estímulos visuais, olfativos, sonoros e táteis que acontecem ao longo do dia, como o aroma de pão quente que estimula o apetite dos hóspedes”.
No Brasil, os espaços do tipo estão começando a ganhar visibilidade. Já existem projetos em Belo Horizonte e Santa Catarina no formato aging in place que contam com medical center no edifício, monitoramento de atividades e casas conectadas.
Além disso, governos como o do Paraná também já vêm desenvolvendo projetos semelhantes, que visam dar mais autonomia em residenciais específicos para os prateados. “Ainda é um mercado voltado às pessoas com maior poder aquisitivo, mas já existem ações pensadas para a população mais vulnerável, que é a maior parcela da nossa sociedade e também precisa estar inserida nisso. A intenção é que esse debate ganhe cada vez mais espaço e amplie esses projetos para diversos públicos no país. Essa é a nossa missão”.