Um dos painéis de maior sucesso na edição anterior retornou para a 5ª Longevidade Expo+Fórum: o ‘Orgulho Gray’. Nesta edição, um dos pontos focais do debate foi a inserção do grupo de longevos da comunidade LGBTQIAPN+ em políticas públicas e sociais.
A secretária de Direitos Humanos e Cidadania da cidade de São Paulo, Soninha Francine, recorda os avanços que acompanhou desde os anos 90 e destacou os desafios que ainda permeiam o tema. “A vulnerabilidade não está ligada apenas à questão financeira, depende também do contexto do qual a pessoa está inserida, por exemplo, a média de vida de pessoas travestis hoje é de 30 anos. Precisamos construir a longevidade dessas pessoas, garantindo que elas tenham acesso a programas sociais e atendimento em todas as secretarias”.
Soninha reforçou também que a Prefeitura conta hoje com cinco centros de atendimento a pessoas LGBTQIAPN+ espalhados pela cidade, onde é possível esclarecer dúvidas e receber encaminhamento para demais serviços.
O médico, gerontólogo e presidente do Centro Internacional de Longevidade Brasil, Dr Alexandre Kalache, contou um pouco de sua história pessoal. Kalache se reconheceu e se assumiu como homem gay já na fase madura. “Eu fui moldado por uma sociedade machista. Casei, tive família, filhos e não me arrependo. Agora, eu vivo outro momento, do qual me recuso também a retroceder. Eu não vou envelhecer no armário”, disse aos presentes.
Alexandre celebra os avanços sociais da pauta, mas adverte: as conquistas não são eternas. “O copo está meio cheio porque estamos aqui hoje em um palco falando sobre isso, o que talvez não fosse possível há cinco anos. Mas, ao mesmo tempo, vivemos uma onda conservadora que ameaça diariamente nossas conquistas. Não podemos acreditar que tudo está ganho. A luta é diária”.
O painel contou ainda com a participação do jornalista Adriano Nunes, que trouxe aos congressistas dados sobre o impacto econômico do turismo LGBTQIAPN+, os anseios desse grupo e as percepções sociais que os afetam quando viajam.