3 de Outubro de 2019 às 10:24
Se existe um segmento da economia que já apresenta um bom nível de qualidade no atendimento aos longevos, este é sem dúvida o de turismo. Os debatedores do Painel Bem-Estar, Lazer e Turismo do Congresso Brasileiro da Longevidade Seguros Unimed foram unânimes ao afirmar que o setor de turismo é um dos de maior potencialidade para gerar dividendos ao Brasil.
Mediado pelo ator, autor e diretor de teatro Odilon Wagner, o painel contou com a participação do velejador e aventureiro Vilfredo Schurmann; da ex-presidente da Embratur, Teté Bezerra; e de Guilherme Paulus, fundador da CVC e atual Presidente do Grupo GJP. “Basicamente falta um grande pilar a ser trabalhado no turismo: a segurança”, definiu Schurmann.
Conforme Teté e Paulus, o setor responde por aproximadamente 9% do PIB nacional e gera cerca de 9 milhões de empregos. “Na CVC, 70% dos 6,5 milhões de clientes têm 50 anos ou mais. Acreditamos que esta proporção seja igual no mercado em geral”, informou Paulus. Estes consumidores buscam comodidade e facilidades nos seus roteiros, além de dispor de mais tempo e recursos para viajar.
A questão da acessibilidade é um ponto que já é bem trabalhado em hotéis e atrações turísticas em geral no País, porém ainda merece atenção do poder público. “Trata-se de um direito, antes de qualquer coisa”, alerta Teté. Ela foi a responsável pela criação de uma cartilha de orientação nesse quesito e que também aborda iniciativas relativas aos cuidados, como o uso de piso antiderrapante e corrimãos em todas as escadas.
Segundo os debatedores, o turismo está intimamente ligado à cultura e ao lazer, pois boa parte das viagens é motivada por eventos e atrações do mundo das artes. “Um estudo recente do Fórum Econômico Mundial apontou o Brasil em primeiro lugar no ranking das belezas naturais e em oitavo lugar nas atrações culturais”, detalhou Teté.
O velejador Vilfredo Schurmann foi categórico ao afirmar que viajar amplia os horizontes dos longevos e se traduz em qualidade de vida. “Mas é importante misturar as gerações para compartilhar experiências e se energizar com os mais novos”, ponderou. “Em pesquisas internas, descobrimos que os idosos não gostam de viajar somente com os da mesma idade, preferindo estar junto aos mais jovens”, complementou Paulus.
Alguns consensos foram formulados no painel, como o fato de que os longevos preferem viagens mais prolongadas, com tempo para conhecer o novo. Além disso, eles se tornam verdadeiros embaixadores dos locais e culturas que conhecem. “A ampliação dos relacionamentos é muito benéfica aos longevos, e o turismo proporciona isso”, concluiu Schurmann.