A sexualidade na longevidade é um tema muito amplo e é muito mais que o sexo em si, ressaltou o médico geriatra Dr. Milton Roberto Furst Crenitte, durante a sua participação no painel da Longevidade Expo+Fórum reuniu especialistas para uma conversa sobre o tema.
O médico fez uma comparação da sexualidade com a visão do iceberg no filme Titanic. “No topo do iceberg, ou seja, o que podemos enxergar estão os aspectos biológicos que são explicados por hormônios, mas isso é só uma pequena parte perto do grande volume que está submerso é impactando diretamente a sexualidade. São os aspectos psicológicos, culturais e sociais”, afirmou.
Ele afirmou que é importante abordar as questões médicas que envolvem o ato sexual para longevos, mas que o tema vai muito além disso e outros aspectos podem influenciar negativamente para que esse público possa exercer a sua sexualidade. Segundo o Dr. Milton, o preconceito é o pior dos problemas, em especial, para mulheres que estão inseridas em sociedades machistas que enxergam como papel delas apenas oferecer prazer aos seus parceiros.
“Precisamos criar uma cultura em que o assunto sexo não seja proibido e que os longevos possam passar por esse momento de autodescoberta de aprender como deseja dar e receber prazer”, afirmou. Entre as outras dificuldades que os longevos enfrentam está a falta de privacidade, uma vez que nesta fase da vida é comum eles estarem vivendo em casa com familiares ou em instituições de longa permanência, e também a falta de acolhimento para falar abertamente sobre sexo em atendimentos médicos.
Sobre o sexo saudável na longevidade do aspecto biológico, o médico funcional integrativo, Dr. Alain Dutra, apontou vários estudos médicos que chegaram a conclusão que o exercício leve ao moderado da atividade sexual ajuda na longevidade e a liberação de hormônios que acontece durante o ato pode ajudar a aliviar dores e o estresse. Também há estudos que apontaram a ligação do sexo com a prevenção de doenças cardiovasculares e de câncer de próstata nos homens e a melhora da saúde mental daqueles que são sexualmente ativos.
Ele também aproveitou para explicar a ciência médica que está por trás de estratégias que estão ao alcance de todos para retardar o envelhecimento como o jejum intermitente, evitando principalmente comer a noite e fazendo intervalos de 15 horas (parar de comer às 18h e voltar às 9 da manhã no dia seguinte) e a rotina de atividades física, o ideal é 4 a 10 mil passos por dia em especial após as refeições e exercícios intensos (10 minutos diários ou 20 minutos de 3×4 vezes por semana).