O rápido envelhecimento da população brasileira e os desafios que essa transformação traz para o desenvolvimento econômico foram tema central do evento “Como lidar com uma população que envelhece: o que o Brasil pode aprender com o Japão?”, realizado em parceria pela Fundação FHC e a Japan House São Paulo. O encontro reuniu especialistas para discutir soluções e estratégias, destacando a experiência japonesa como referência global.
Hiroko Akiyama, médica gerontóloga e professora emérita da University of Tokyo, ressaltou que o envelhecimento é uma questão global e multidimensional. “Acredito que os desafios e as oportunidades do envelhecimento são, para o indivíduo, projetar uma existência por 100 anos, para a sociedade, adaptar a infraestrutura, e, para a indústria, compreender e atender este novo mercado que é crescente”, afirmou. Ela destacou a importância de “estender o período de independência e autonomia, criar ambientes que permitam envelhecer em casa e fortalecer os laços humanos, especialmente entre os homens”.
O médico geriatra Milton Crenite, diretor técnico do Centro Internacional de Longevidade Brasil, alertou sobre as peculiaridades do Brasil. “Envelhecemos rapidamente sem ter solucionado problemas básicos. Envelhecer no país não é um direito de todos”, enfatizou. Ele destacou avanços importantes, como o Estatuto do Idoso e o Benefício de Prestação Continuada (BPC/LOAS), mas apontou para a necessidade de ampliar o tempo de autonomia das pessoas. “No Brasil, 50% dos fatores para demência são potencialmente modificáveis. Ou seja, são questões que podemos enfrentar, mas é urgente interromper a inércia”, concluiu.
O diretor geral da Fundação FHC, Sergio Fausto, que mediou o encontro, reforçou a urgência da pauta. “O tema do envelhecimento é importante para o Brasil porque estamos todos envelhecendo, e rapidamente. O país demorou apenas 20 anos para ver o aumento expressivo de longevos em sua composição populacional”, pontuou.
O evento não só apresentou aprendizados possíveis do modelo japonês, mas também ressaltou a importância de ações concretas e integradas para enfrentar os desafios do envelhecimento no Brasil. Propostas como redesenhar infraestruturas, melhorar os sistemas de saúde e garantir a inclusão econômica dos longevos surgem como passos essenciais para o futuro.
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(Imagens e texto: LGVD)