Para a arquiteta Flávia Ranieri, que dividiu espaço o espaço com a publicitária Beth Marin, também especialista no segmento senior, os ambientes são construídos muitas vezes para maduros ativos, esquecendo dos perfis variados de capacidade
O mercado de arquitetura e imobiliário voltado para o público maduro representa um nicho promissor no país, ressaltou a arquiteta Flávia Ranieri, durante participação no Longevidade Expo+Fórum 2022. No entanto, ela alerta: “O investidor precisa avaliar a capacidade funcional na hora de pensar em soluções, serviços e produtos para esse perfil. Os espaços arquitetônicos devem ser projetados para as diversas características, respeitando os momentos diferentes no processo de envelhecimento”.
Segundo a pesquisa Consumidor do futuro 2024, elaborada pela WGSN, o público maduro tem, atualmente, diversas facetas, tais como autossuficientes, agregadores, sábios, cuidadores e exploradores. “Os ambientes são construídos muitas vezes para maduros ativos e 54% dos brasileiros 50+ querem envelhecer em suas próprias casas. Mas e os outros 46%? Isso é uma oportunidade para o mercado imobiliário, pois é outra característica de público”, afirmou Flávia Ranieri.
Ela citou outro dado para reforçar o alerta: para 42% dos brasileiros 50+, a maior preocupação é a perda da independência e autossuficiência. “As oportunidades aparecem quando vemos, ainda, que apenas 14% dos brasileiros 50+ possuem casas adaptadas para a longevidade. Tempos, portanto, diversas características dentro do mesmo público. É neste cenário que surgem tendências como o Ageing in Place, o Residencial Sênior, Coliving e o Cohousing”, explicou a arquiteta.
Além disso, o público 50+ tem grande influência econômica. Representam 25% da população economicamente ativa e movimentam 24% do PIB brasileiro (7,4 trilhões em 2020). “A população madura nacional é duas vezes maior que a população da Austrália. Isso é uma informação importante para ter a dimensão do tamanho do mercado”, completou Flávia Ranieri.