O diretor da Longevidade Expo+Fórum, Antonio Junior Carvalho, a CEO da Mastercare Brasil, Marcia Vieira, o presidente da EternamenteSOU, Luis Baron, e a drag queen, Vera Ronzella protagonizaram um dos painéis mais concorridos da V Longevidade Expo+Fórum: Orgulho Gray, sobre acolhimento e cuidado.
“É um orgulho participar desse painel porque precisamos que o Brasil entenda as diferentes formas de envelhecer. Precisamos entender que não há uma forma única de se envelhecer, mas sim diferentes caminhos e a comunidade LGBTQIA+ precisa ser ouvida para identificar quais são as lacunas que temos no cuidado nesta fase da vida e para preparar os cuidadores profissionais para estas demandas”, comentou Marcia Vieira.

O presidente da EternamenteSOU, Luis Baron, comentou sobre a importância de compreender que existem velhices divergentes. “Digo divergentes porque a velhice no Brasil é tratada hegemonicamente como heterossexual e branca. Todo mundo que olha uma pessoa idosa parte do pressuposto que aquela pessoa é heterossexual, o que é um pressuposto errôneo baseado, em parte, na percepção que as pessoas envelhecem e não têm mais sexualidade. Eu passo a ser uma pessoa velha e, então, deixo de ser um homem produtivo, gay, branco, com todas as características que tenho e sou resumido a um homem velho. Isso é uma balela e estamos aqui para desmentir isso. Este evento veio desmistificar isso porque é um local de protagonismo de pessoas idosas. Então fica a provocação: como lidar com as velhices divergentes desse país e divergente não só com relação à sexualidade. Sempre digo o seguinte: que o que é bom para as velhices LGBT é bom para todas as velhices, porque lidar com a diversidade é saudável para todo mundo”.

Junior complementou citando o gerontólogo, Alexandre Kalache: “O dr. Kalache lembrou bem em outro painel que quando alguém da comunidade LGBTQIA+ envelhece, essa pessoa tem que fazer uma escolha muito difícil, entre ir para uma casa de repouso ou instituto de longa permanência e correr o risco de ser confrontada novamente sobre sua sexualidade ou voltar para a família, um ambiente do qual, na maioria esmagadora das vezes, foi excluída. Lembrem-se: não temos que nos resumir ao esteriótipo de gueto. Fazemos parte da sociedade e temos o direito ao acolhimento”.

Vera comentou: “Eu faço parte de uma geração gay que talvez seja uma das primeiras a ter a perspectiva de envelhecer, o que é uma conquista muito grande. Eu gostaria de envelhecer sem medo e sabendo que poderei ser acolhido com afeto e respeito”.

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(Texto e imagens: Longevidade Expo+Fórum)