Palestra ministrada pelo médico gerontólogo Dr. Alexandre Kalache foi destaque de abertura na edição de 2022
A revolução prateada é um termo que se refere a um período de transformações significativas na economia, na sociedade e nas tecnologias impulsionadas pelo público 60+. É um novo modelo social onde o longevo é protagonista em suas ações e contribuições para as mais diversas áreas. Devido à sua importância, esse foi o tema escolhido para a abertura da edição de 2022 da Longevidade Expo+Fórum. No palco, o médico gerontólogo Alexandre Kalache falou sobre como esse assunto vem ganhando espaço no Brasil e no mundo.
Kalache destaca que a longevidade é a grande conquista do século. Hoje, nenhum país do mundo tem uma expectativa de vida tão baixa quanto a de 100 anos atrás. Por exemplo, em 1900, a Alemanha detinha o título de país com a maior expectativa de vida do planeta, com 46 anos. Hoje, os alemães possuem uma expectativa de vida na casa dos 80 anos. “A longevidade é uma conquista, mas, essa conquista também nos coloca em um caminho de desafios, visto que o Brasil é um país que exclui e não valoriza as pessoas 60+”, destaca o médico. Os grupos de pessoas acima dos 50 e 60 anos são os que mais crescem no país.
“Não vou envelhecer nos fundos de uma casa; vou envelhecer na sala da frente, defendendo e brigando pelos meus direitos“
De acordo com o palestrante, as mudanças sociais e estruturais precisam começar agora, pois, em 2050, teremos mais de 30% da população na faixa longeva, em torno de 68 milhões de pessoas. “A saúde é o primeiro pilar que devemos trabalhar, especialmente o SUS, que provou sua importância durante a pandemia. É importante que haja uma atualização curricular nesta área. Hoje preparamos profissionais de saúde para o século XX e não para o XXI”, ressalta.
Geração ativa por direitos – Um dos pontos levantados por Alexandre Kalache é a necessidade da conscientização dos longevos em relação à busca incansável por direitos e pelo combate ao idadismo. O médico teve um papel importante no combate ao idadismo quando atuou em movimentos internacionais pela não classificação da “velhice” como doença no Código Internacional de Doenças (CID). Por esse motivo, ele recebeu o Prêmio Zilda Arns, elaborado pela Câmara dos Deputados Federal. “Não vou envelhecer nos fundos de uma casa; vou envelhecer na sala da frente, defendendo e brigando pelos meus direitos. E, assim, vamos garantir que a próxima geração prateada tenha seu espaço garantido”, enfatizou.
Além de médico gerontólogo, Alexandre Kalache foi também diretor do programa de envelhecimento da ONU em Genebra, participou da implementação do Programa São Paulo Amigo do Idoso, é presidente do Centro Internacional de Longevidade Brasil (International Longevity Centre Brazil – ILC-BR) e diretor da Age Friendly Foundation.
Veja a íntegra da palestra do Dr. Kalache na Longevidade Expo+Fórum 2022. Clique aqui e tenha acesso a este e todo o conteúdo da quarta edição do evento.