O economista e professor sênior da USP, Roberto Macedo, participou do CONACARE 2023, que ocorreu durante a V Longevidade Expo+Fórum, para falar sobre a Economia do Cuidado: os impactos sociais e econômicos da longevidade.
Ao discutir a economia do cuidado, ele compartilhou sua experiência como cuidador de sua mãe, uma senhora que viveu até os 102 anos.
Ele também comentou sobre como a expectativa de vida dos brasileiros vem crescendo. “Ela aumenta três meses a cada ano. Isso nos anima. Em 1940, a expectativa de vida ao nascer para um homem era de 43 anos e para as mulheres, 48 anos. A mortalidade infantil era muito alta. Setenta anos depois, a expectativa de vida ao nascer quase dobra. Constatou-se que as mulheres vivem mais do que os homens e cabe a elas o cuidado das longevidades alheias”.
Macedo enfatizou a importância do trabalho. “Antes, a média era estudar por 25 anos, trabalhar por mais 35 e se aposentar aos 60. Hoje, estuda-se por 25 anos, trabalha-se por 60 e não há data para a aposentadoria. Eu sou a favor de não parar de trabalhar, seja remunerado ou não. Pessoas que continuam trabalhando vivem mais”.

Como economista, ele listou alguns “riscos” que identifica para a longevidade e para os quais os longevos precisam estar atentos:
- Inflação que não é coberta por reajuste de rendimentos.
- A própria longevidade, que pode durar mais que os recursos disponíveis.
- Taxa de juros em queda afetando as aplicações.
- Fundos de pensão que foram à falência.
- Dificuldade em obter emprego adicional.
- Políticas governamentais com impacto sobre os rendimentos.
- Necessidade de custear imprevistos com necessidades médicas.
- Acomodações confortáveis e cuidadores.
- Perda da capacidade de viver independentemente.
- Mudanças na situação conjugal.
- Necessidade inesperada de membros da família.
- Maus conselhos, fraudes e roubos.
- Filhos que não cuidam dos pais, nem lhes dão apoio.
Nas considerações finais, ele sugeriu: “Façam exames preventivos. Usem seus planos de saúde para investigar a saúde de vocês. Não se esqueçam de que prevenir é melhor que remediar”. Ele também falou sobre a importância da educação financeira ao longo da vida: “Para ter longevidade é preciso se preparar na juventude. Poupem, preparem-se”.
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