21 de Março de 2019 às 15:36
O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, debateu os desafios da pasta para os próximos quatro anos, falou sobre informatização do Sistema Único de Saúde (SUS) e sobre a Secretaria Nacional de Atenção Básica durante o primeiro Almoço-Debate LIDE de 2019, realizado no Grand Hyatt, em São Paulo. O evento, comandado por Luiz Fernando Furlan, chairman do LIDE, e Claudio Lottenberg, presidente do LIDE Saúde e da United Health, recebeu 400 CEOs, presidentes, autoridades, lideranças empresariais e imprensa.
Francisco Santos, presidente da Longevidade Expo + Fórum e do Grupo Couromoda, esteve presente na mesa do debate, que também foi composta por Roberto Vilela (presidente da RV Ímola), Sidney Klajner (presidente do Hospital Albert Einstein), Marcelo Hahn (diretor-presidente da Blau Farmacêutica), Elizabeth Carvalhaes (presidente executiva da Interfarma), Fernando Meirelles (presidente do LIDE Conteúdo), George Schahin (presidente do Hospital Santa Paula), Feliz Scott (presidente da Sanofi), Helton Freitas (presidente da Seguros Unimed), Edson Aparecido Santos (secretário da Saúde da cidade de São Paulo) e José Henrique Germann Ferreira (secretário da Saúde do Estado de São Paulo).
Na oportunidade, o secretário da Saúde do Estado de São Paulo destacou a importância da parceria público-privada, analisando a implantação do Corujão da Saúde, programa que reduziu a fila de espera para exames médicos na cidade de São Paulo e que agora será ampliado para todo o Estado pelo governador João Doria (PSDB). Mandetta elogiou a iniciativa, mas ressaltou que a ideia não seria, necessariamente, eficaz em âmbito nacional. “O Brasil tem muitos contrastes e não cabe receita de bolo, mas estamos abertos a propostas que nos ajudem a resolver este grande gargalo no País”, disse.
A Secretaria da Tecnologia da Informação e Comunicação, recém-criada pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL), deve contribuir com o Ministério da Saúde. Segundo o ministro, o governo estuda ainda criar um instituto de genética humana para desenvolver medicamentos com base no código genético brasileiro. “Não se organiza um país sem ter ferramentas de tecnologia. A nova Secretaria vai nos ajudar a gerir o sistema de saúde e diminuir a desigualdade, mas nada irá substituir o relacionamento médico-paciente presencial”, afirmou.
Durante o encontro, Mandetta também foi questionado sobre reajuste dos medicamentos, teto de gastos públicos, telemedicina, qualificação dos profissionais da área e burocracia para abertura de empresas. “Precisamos trazer mais tranquilidade e organização para o setor, além de mais segurança para os investidores”.
Clima empresarial
Como é tradição nos almoços do LIDE, os presentes responderam à 136ª edição do Índice LIDE-FGV de Clima Empresarial. O índice, calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) em parceria com o LIDE, é uma nota de 0 a 10, resultante de três componentes com o mesmo peso: governo, negócios e empregos.
Em relação ao levantamento anterior, feito em dezembro do ano passado, a preocupação com o atual cenário político aumentou de 84% para 90% do empresariado. A crise internacional, a inflação e o câmbio também são temas preocupantes para 6%, 3% e 2% dos empresários, respectivamente.
Sobre o otimismo na situação atual dos negócios, 53% acreditam estar melhor, contra 49% na última pesquisa; 42% acham que está igual, contra 41%; e 5% avaliam que a situação está pior, contra 10% em dezembro do ano passado.
Perguntados sobre qual a área que o Brasil precisa melhorar, a educação foi apontada por 34% dos empresários, seguida por infraestrutura (22%), política (21%), saúde (15%) e segurança (8%). Sobre o índice LIDE – FGV de empregos atuais (diretos e indiretos), 53% do empresariado acredita que o País vai empregar mais, contra 54% na última pesquisa; 42% acham que o Brasil vai manter a taxa atual, contra 40% no último estudo; e 5% acreditam que haverá demissões, contra 6% em dezembro do ano passado.