2 de Outubro de 2019 às 18:08
O painel “Saúde e Bem-Estar” do Congresso da Longevidade Seguros Unimed recebeu a simpática atriz, de 92 anos, Laura Cardoso; Edgar Nunes Moraes, Membro do Comitê Assessor em Saúde do Idoso do Ministério da Saúde; Linamara Rizzo Battistella, Presidente do conselho diretor do Instituto de Medicina Física e Reabilitação do HCFMUSP; e contou com a mediação do ator, autor e diretor de teatro brasileiro Odilon Wagner.
O mediador do evento alertou para a importância de entender que precisamos nos preparar para um novo mundo, onde a população longeva vai crescer substancialmente. “Mas, também é importante pontuar que nossa geração já é uma geração de maduros diferentes do que era a geração de nossos pais e avós. Hoje estamos ligados em tudo o que acontece no mundo, trabalhamos aos 60, 70, 90 anos e começamos a nos sentir realmente maduros depois dos 60 anos. E a minha pergunta acaba sendo ‘será que a sociedade está preparada para isso?”.
A atriz Laura Cardoso, que interagiu bastante com a plateia, agradeceu a vida: “ela é um presente e deve ser amada. Eu já somo muitos anos de vida e, para mim, o principal segredo de viver mais e viver bem é você amar a vida com todos os seus altos e baixos. Eu amo acertar, amo errar, amo cair, amo levantar, isso tudo me faz ter propósito e objetivos. É preciso ter uma percepção mais leve da vida, acreditar em alguma coisa, acreditar em você, saber que o seu plano vai dar certo e, no meu caminho, a profissão ajudou muito. Mas, duas coisas também são verdades. A primeira é que a atividade mental é essencial e a segunda é que é preciso respeitar o que cada um quer ser na sua vida e dar autonomia e independência para cada pessoa, em todas as fases da sua vida”.
“Hoje, os indicadores mundiais da OMS falam em condição de saúde e isso vai ao encontro de tudo o que estamos falando. É preciso entender que a maturidade traz algumas mudanças físicas, mas elas não são impedimentos para uma vida saudável e feliz. Na verdade, é uma fase da vida que traz amadurecimento e mais conhecimento. Uma coisa me chama muito a atenção: a gente usa o tempo para marcar a importância do que a gente faz e por que ainda não utilizamos essa mesma medida para a vida? É importante abordar a questão do tempo com a importância que merece. Outro ponto essencial para abordarmos é sobre autonomia e independência, que são coisas diferentes. A dependência física ou a diminuição da capacidade funcional não tira a capacidade de decisão e isso precisa ser introjetado na vida do idoso”, discursou Linarama.
Já Edgar Nunes achou importante começar o seu discurso falando sobre expectativa de vida. “Ela muda de país para país, de momento para momento, e isso mostra que a idade não tem importância nenhuma, o que importa é a vitalidade. Precisamos quebrar a ideia equivocada da faixa etária. A infância e a juventude são momentos importantes para plantar, mas na velhice é quando vamos colher. A gente demora cerca de 60 anos para entender a vida e a conquista dessa sabedoria vem com o tempo vivido. Buscamos então encontrar uma forma de medir a vitalidade das pessoas e não se mede isso sabendo da idade. Atender às demandas da nova população, que cada vez será composta por mais e mais pessoas mais velhas, é uma necessidade para atender da melhor maneira possível esse fenômeno que no Brasil se desenvolve rápida e aceleradamente. É importante viver bem para envelhecer bem”, encerrou sua apresentação.