Redação e edição
Analu Oliveira – 79+
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A consagrada atriz Fernanda Montenegro foi candidata única à cadeira de número 17 da Academia Brasileira de Letras que a elegeu em novembro de 2021. Orgulhosa, garantiu: “Aceitei o desafio da ABL por ser o instrumento de uma arte amoral. Minha vocação me leva, não tenho como resistir. Mas agora estou diante de um mundo completamente novo para mim, que é entrar para uma Academia com a dimensão histórica que tem.”
Fernanda é a primeira mulher a assumir a cadeira 17 e sucederá o diplomata Affonso Arinos de Melo Franco (1930-2020). Ela comenta que antigamente não havia mulheres na academia, felizmente isso mudou e a torcida é que continue cada vez com mais força. “ Vai chegar uma hora que talvez haja mais mulheres do que homens”
A nossa Arlette, seu nome de batismo, é unanimidade quando se trata de vocação, excelência de talento, coerência e exemplo de vida. Ela é sempre assunto da mídia no país e no exterior (muitas vezes premiada), mas nesta semana o foco foi a sua próxima posse na ABL. Confira no link a entrevista na Revista ELA do Globo.
Fernanda diz que ama a vida “desesperadamente”. Aspira à imortalidade física e afirma que, mais que nunca, a esperança “tem que ser ativa”.
Em seu livro “Prólogo, ato, epílogo”, publicado em 2019, no marco de seus noventa anos, Fernanda Montenegro narra suas memórias de forma inteligente e sensível, cheia de afeto. A escritora Marta Góes, que colaborou com o livro, acha que a ABL é o coroamento de uma longa vida de trabalho dedicada a dignificar a profissão de atriz. A publicação foi editada pela Companhia das Letras e tem resenha de Artur Xexéo, falecido em 27 de junho de 2021.
A atriz segue firme em seus 92 anos e diz: “Se a velhice permitir a memória, essa é a sua vida”. Mas ela não esquece a frase de Millôr Fernandes: “Somos feitos de pó, vaidade e muito medo”.
Sobre Fernanda Montenegro
Arlette Pinheiro Monteiro Torres é seu nome de batismo. Nasceu no Rio de Janeiro em 16 de outubro de 1929. Considerada uma das melhores atrizes do país, é chamada de grande dama do teatro, cinema e TV, de toda dramaturgia do Brasil. É viúva do ator Fernando Torres (1953 a 2008), mãe de Fernanda e Claudio Torres e avó de 3 netos: Joaquim Antonio e Davi.
Foi a primeira latino-americana e a única brasileira indicada ao Oscar de Melhor Atriz e também a única por atuação em língua portuguesa. Seu desempenho em Central do Brasil, de Walter Salles (1998) lhe rendeu o Urso de Prata no Festival de Berlim pela interpretação de “Dora”, além da indicação ao Oscar de melhor atriz em 1999 e ao Globo de Ouro de melhor atriz em filme dramático. E tem mais: foi a primeira brasileira a ganhar o Emmy Internacional na categoria de melhor atriz pela atuação em Doce de Mãe, de 2013.
Na televisão, foi a primeira atriz contratada pela TV Tupi, em 1951, onde estrelou dezenas de teleteatros. Nas telenovelas começou em 1954 como protagonista de A Muralha, na RecordTV. Realizou trabalhos na maioria das emissoras produtoras de teledramaturgia, como Band, TV Cultura, Record TV e Rede Globo – onde permanece desde 1981, com contrato renovado por mais 4 anos.
Sobre a ABL – Academia Brasileira de Letras
A Academia Brasileira de Letras (ABL) foi fundada no Rio de Janeiro em 20 de julho de 1897 pelos escritores Machado de Assis, Lúcio de Mendonça, Inglês de Sousa, Olavo Bilac, Afonso Celso, Graça Aranha, Medeiros e Albuquerque, Joaquim Nabuco, Teixeira de Melo, Visconde de Taunay e Ruy Barbosa. É composta por quarenta membros efetivos e perpétuos (por isso alcunhados imortais) e por vinte sócios estrangeiros.
Fontes:
Wikipedia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Fernanda_Montenegro
https://pt.wikipedia.org/wiki/Academia_Brasileira_de_Letras
O GLOBO/REVISTA ELA
https://oglobo.globo.com/ela/gente/fernanda-montenegro-posa-em-ensaio-exclusivo-1-25436658
FOLHA de SP/ FOLHA de PERNAMBUCO
( Imagens: divulgação)