Redação e edição
Analu Oliveira – 78+
www.longevidade.com.br
Zezé Motta 77+, eterna luta contra o racismo
É Zezé quem diz e a gente aplaude: “Enquanto o coração bater, vou me apaixonar, me envolver. Eu quero é viver!” Ela acaba de completar 77 anos e já está vacinadíssima. “Já tomei as duas doses”, garante emocionada. Você nem pode imaginar, mas a verdade é que ela teve Covid-19 assintomática, seu irmão ficou hospitalizado durante 20 dias, a mãe de 95 anos faleceu por conta do vírus, além de um primo querido que também se foi.
Zezé emocionada na hora abençoada da vacina
Mas Zezé está aí, firme e forte e se recupera de perdas familiares com toda garra, dentro do mundo das artes e da internet. Com mais de 50 anos de carreira, seu momento profissional está em alta e as atividades se dividem entre diferentes trabalhos na TV, nas telonas, nos palcos e na web onde já é “influencer” de sucesso!
Destaque do momento é o especial “Zezé Motta — Mulher negra”, gravado no Hotel Chez Georges, no bairro de Santa Teresa, no Rio de Janeiro, que foi exibido no domingo, 25 de julho. É a comemoração da eterna luta contra o racismo no Dia da Mulher Negra Afro-Latina-Americana e Caribenha.
Tudo aconteceu na TV canal L!ke e também no YouTube do Teatro Bradesco, com roteiro e direção de Yasmin Thayná. O especial contou com um pocket show comandado por Zezé e com depoimento de mulheres como as atrizes Cris Vianna, Elisa Lucinda, Indira Nascimento, a cantora Iza, a escritora Conceição Evaristo, a filósofa Djamila Ribeiro e a ex-BBB Camilla de Lucas.
Para celebrar as mulheres negras, uma das grandes homenageadas foi a líder quilombola Tereza de Benguela. Zezé cantou e encantou com as interpretações de “Tigresa”, de Caetano Veloso, e “Magrelinha”, de Luiz Melodia. E garante: “ Sempre usei minha voz para lutar, cobrar e denunciar o racismo”.
Zezé, nas comemorações do Dia da Mulher Negra.
“Sou atriz, cantora e militante, muito prazer”
Nas redes sociais, Zezé se define como “Atriz, cantora e militante, muito prazer”. Seus seguidores triplicaram durante a pandemia.
Aplausos e vida longa a essa grande mulher!
Vale conferir !
YOUTUBE
ZEZÉ MOTTA CANTA “TIGRESA” – de Caetano Veloso
https://youtu.be/-2hqHe8rfM0
Sobre Zezé Motta
Maria José Motta de Oliveira nasceu em Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro, dia 27 de junho de 1944). É conhecida como Zezé Motta, consagrada atriz e cantora brasileira, considerada uma das maiores artistas do país, expoente da cultura afro-brasileira. Zezé tem 6 filhos e 4 netos.
Sua mãe era costureira e seu pai, motorista, que também escrevia músicas e cantava eventualmente na noite quando estava de folga do trabalho. A família mudou-se para o Morro do Cantagalo, em Copacabana. Como era muito pequena e não poderia ficar sozinha em casa, ela ficava sob os cuidados de sua tia, no quartinho dos empregados, no Leblon, já que seu tio paterno era porteiro e zelador do prédio. Ainda na infância ficou amiga de Marieta Severo, que também morava lá.
Seu pai sempre a incentivou a ser cantora, ambos tinham grande afinidade e compunham canções juntos. Ás vezes acompanhava o pai na noite. Já sua mãe não gostava da carreira artística e queria que a filha fosse costureira mas depois a apoiou.
Ainda na adolescência, para ajudar nas despesas e sem nada no horizonte artístico, Zezé trabalhou como operária em uma indústria farmacêutica enquanto também fazia o curso normal de formação de professoras.
Nos fins de semana, passou a frequentar um curso de teatro: O Teatro Tablado onde se formou atriz. Começou com a participação em diversas peças populares e profissionalmente estreou em 1967 em Roda-viva, de Chico Buarque.
Em 1969, atuou em Fígaro, fígaro, Arena canta Zumbi e A vida escrachada de Joana Martini e Baby Stompanato. Em 1974, participou de Godspell, e em 1999, de Orfeu.
Como cantora começou em 1971, na noite paulistana. De 1975 a 1979, lançou três LPs e nos anos 1980, lançou mais três discos.
Militante do Movimento Negro Unificado (MNU), denunciou racismos e atuou ativamente nesse combate, quando organizou, por exemplo, um arquivo de atores negros para evitar que eles fossem silenciados.
Segue na luta até hoje, sem trégua.
Mas é impossível esquecer de Zezé Motta na interpretação de Chica da Silva, no filme dirigido por Cacá Diegues em 1976 que a consagrou internacionalmente.
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IMPORTANTE
Vale lembrar também que Zezé Motta participou nas duas edições da Longevidade Expo+Fórum. Ela contribuiu enormemente para transmitir toda sua experiência de atriz longeva e bem-sucedida, sempre no combate ao racismo, ao etarismo e em prol da diversidade.
Quer saber mais?
Clique aqui e veja no YouTube a atriz na Maratona Digital da Longevidade, em 2020.
Fontes:
WIKIPEDIA
https://pt.wikipedia.org/wiki/Zez%C3%A9_Motta